Cinco L, o festival literário que o PCP quer para Lisboa

Vereadores comunistas lamentam que a literatura esteja “praticamente omissa” das políticas culturais da câmara e propõem um evento que chame os “grandes nomes”

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Daniel Rocha

Língua, livros, literatura, leitura e livrarias. São estes os “cinco L” que devem estar no centro de um festival literário a realizar em Lisboa todos os anos, a partir de 2019. Isto é o que sugerem os vereadores do PCP, que aproveitaram o Dia Mundial do Livro, que esta segunda-feira se celebra, para formalizar uma proposta à câmara da capital.

A ideia de criar o Lisboa Cinco L, assim propõem os eleitos comunistas que se chame o evento “de dimensão internacional”, nasceu da constatação de que a cidade se tornou um “grande pólo de atracção de visitantes, de grande atenção mediática internacional, de grande concentração de curiosidade e consumo” – mas que, até agora, a literatura tem estado “praticamente omissa” da política cultural da autarquia.

Na proposta, os vereadores João Ferreira e Carlos Moura referem que “Lisboa tem muito mais para mostrar para além da gastronomia, da luz, das ruas, dos monumentos, dos museus”, lembrando que pela cidade passaram “grandes figuras” de “uma literatura considerada única à escala mundial”. Assim, argumentam, “Lisboa pode aproveitar literariamente o fascínio que neste exacto momento exerce” e “tem todas as valências para ser um pólo aglutinador de grandes nomes da literatura do mundo”.

A sugestão do PCP é que cada edição do festival literário tenha um tema específico – “poesia, revoluções, descobrimentos, viagens, cidades com rio” são algumas ideias referidas --, mas que o evento não se esgote em si e “deixe uma marca definitiva na cidade” sob a forma de “elemento de arte pública”. Os comunistas sugerem ainda a criação de um roteiro literário junto ao Tejo e visitas de escritores a escolas, bem como um Museu da Língua Portuguesa, cujo embrião deve nascer do Cinco L. 

A criação deste festival, lê-se na proposta, não é só relevante pelo crescente número de visitantes da cidade, mas também porque a língua portuguesa é “a quinta mais falada no mundo e, segundo a Unesco, a que mais tem crescido, a seguir ao inglês e espanhol”. 

Os vereadores afirmam, por fim, que numa sessão pública realizada no ano passado foi reconhecida a “necessidade social e cultural” de haver “impulso à leitura, difusão e venda de livros, de um real contacto e diálogos entre culturas, de forma enriquecida e consolidada”. Nesse encontro participaram individualidades artísticas como Rui Cardoso Martins, Inês Pedrosa, Nuno Júdice, Anabela Mota Ribeiro e Rui Zink, entre outros.

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