Rio define Saúde e Justiça como áreas prioritárias para a oposição

Conselho Estratégico Nacional do partido teve o primeiro encontro em Coimbra e apontou os sectores que exigem reformas.

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PAULO CUNHA/LUSA
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Não é um governo sombra, nem serve para marcar a agenda política do país. O Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD reuniu-se neste sábado pela primeira vez e dele saíram as prioridades que já andavam na boca de Rui Rio: justiça e saúde. A justiça, porque precisa de uma “reforma profunda”; e a saúde, porque está “numa situação dificílima”.

No final da reunião que começou de manhã, em Coimbra, e acabou ao início da tarde, Rui Rio afirmou aos jornalistas que no encontro foi abordado o tema da justiça, porque esta “carece de uma reforma profunda” e “global”.

Para Rio, o sistema nacional de saúde também merece atenção especial. O líder social-democrata entende que o sector - “não só o Serviço Nacional de Saúde” (SNS), sublinha - está numa “situação dificílima” e carece de uma reforma, embora não “tão profunda como a da justiça”. Questionado sobre possíveis acordos com o executivo de António Costa, à semelhança do que aconteceu com a descentralização e os fundos comunitários, refere apenas que vai apresentar propostas no “sentido da reformulação do SNS e do sistema nacional de saúde”.

“Não podemos ter pessoas à espera seis meses para uma ter uma intervenção cirúrgica ou uma simples consulta. O país tem de dar uma resposta melhor a isto”. Para Rio, o importante é dar essa resposta, e não se isso é feito “por acordo” ou se “por táctica política”.

Para o líder do PSD, a questão da descentralização está encaminhada, “na medida em que pode ser resolvida agora”. Depois do acordo entre sociais-democratas e Governo, a descentralização “está devidamente programada”.

Pela mesa de trabalho do CEN passaram ainda outros dossiers. A reforma do sistema político, a baixa natalidade, a sustentabilidade da segurança social, a desertificação do interior são outros dos assuntos que Rui Rio quer ver discutidos, embora garanta que este conselho estratégico não serve para influenciar a agenda política. Se isso acontecer, “é por mero acaso”, assegura. “O meu estilo é todo ao contrário. Não tenho preocupação em marcar agenda política nenhuma”, prossegue, acrescentando que “a resolução dos problemas do país não se faz por ver quem marca a agenda política e quem consegue influenciar mais as noticias”.

A ideia de o CEN ser um governo-sombra voltou também a ser rejeitada. Rio experimentou integrar uma estrutura do género “no tempo de Durão Barroso” e da oposição ao Governo de Guterres, sendo que funcionava com uma “marcação, digamos assim, homem a homem ou mulher a mulher”. O CEN é diferente, tem duas pessoas para cada pasta e, por trás dessas pessoas, há uma equipa, refere Rio. O seu objectivo é que, a suportar essa equipa, “haja centenas de pessoas envolvidas ao nível distrital”, naquilo que é um modelo “completamente diferente” e que “nunca nenhum partido ensaiou em Portugal”.

No mesmo dia em que Costa voltou a afastar a ideia de bloco central, o líder do PSD afirmou que essa é uma solução “absolutamente extraordinária” e que nada tem haver com acordos estruturais que possam ser feitos entre Governo e oposição. “Independentemente de quem ganha as eleições, de quem está no poder, o país como um todo precisa dos partidos todos para fazer essas reformas estruturais”. Rio diz também estar “sempre disponível para fazer com os outros aquilo que só com os outros é possível fazer”.

A primeira reunião do CEN foi uma “oportunidade para trocar impressões sobre os mais diversos sectores” e estabelecer as “reformas estruturais que o PSD defende para o país”. De acordo com o líder do partido, o objectivo é, para já, “ajudar”, através da apresentação de propostas e começar a preparar o programa eleitoral social-democrata para as legislativas de 2019. O passo seguinte é ganhar as eleições.

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