Alemanha tem dezenas de neonazis na polícia e no Exército, revela estudo

Foram identificados membros de um grupo de extrema-direita, com um historial de violência.

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Reuters/KAI PFAFFENBACH

As autoridades alemãs identificaram dezenas de membros de movimentos de extrema-direita em cargos da função pública, nomeadamente entre a polícia e o exército do país, conta a revista Der Spiegel.

Um relatório dos serviços de segurança alemães estima que existem cerca de uma centena de neonazis e membros do grupo Reichsbuerger, ou “Cidadãos do Reich” (uma designação que recua à Alemanha nazi de Adolf Hitler), uma organização nacionalista que defende que o regime deveria ter continuado após a Segunda Guerra Mundial.

O grupo tem um historial de violência. Em Outubro de 2016, um agente foi baleado por um dos membros do grupo, durante uma operação policial.

Só na polícia da Baviera foram detectados 11 agentes suspeitos de pertencerem a estes grupos extremistas. A investigação já levou à suspensão de pelo menos cinco pessoas. Na polícia federal alemã foram encontrados outros 11 casos. As autoridades decidiram retirar as armas a quatro agentes.

De acordo com a revista, estima-se que o grupo reúna um total de 16.500 membros, dos quais 900 são “extremistas”.

O projecto da República Federal Alemã do pós-guerra assenta no repúdio dos crimes nazis, responsáveis por alguns dos piores crimes da história da Humanidade, que resultou no genocídio de pelo menos seis milhões de judeus. Apesar dos esforços do país, os grupos extremistas não foram completamente eliminados.

Escreve a Reuters que a Justiça alemã está ainda a investigar um membro da Força Aérea que estaria a planear conduzir ataques violentos. Foi interceptado no último ano, antes de os executar. Para já, as autoridades alemãs não comentaram o relatório citado pela publicação germânica.

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