Acordos com Governo: deputados e autarcas sentem-se excluídos

CDS acredita que ganha espaço eleitoral com a aproximação do PSD ao Governo

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PSD incomodado com acordos Miguel Manso

Deputados e também autarcas do PSD estão a sentir-se excluídos dos acordos assinados por Rui Rio e o Governo sobre a descentralização e o próximo quadro de fundos europeus. Na reunião da bancada nada foi dito nem por parte da direcção nem dos parlamentares, mas o PÚBLICO sabe que há incómodo pelo facto de o líder do PSD ter assumido um compromisso político sem antes ter falado com a bancada.

No caso da descentralização, que prevê a transferência de competências para as câmaras municipais, também há mal-estar entre presidentes de câmara sociais-democratas que não gostaram de ver o facto consumado sem antes serem informados sobre os termos exactos do acordo.

Os deputados da bancada do PSD esperavam uma explicação por parte da direcção já que vão ter de votar as propostas que concretizam o pacto, designadamente na parte que prevê a transferência de competências para as autarquias locais. Mas na reunião da bancada, no dia a seguir ao aperto de mão entre Rui Rio e António Costa, não se falou no assunto. Nem os deputados questionaram o líder parlamentar Fernando Negrão. 

De uma forma geral, a formalização dos dois acordos gerou incómodo entre os críticos da liderança de Rui Rio que apontam ainda o dedo a Pedro Santana Lopes por não ser mais incisivo sobre os textos acordados com o primeiro-ministro António Costa em vez de exigir lugares no Conselho Estratégico Nacional. Entre os sociais-democratas há quem estivesse à espera de uma maior concretização das propostas vertidas no acordo (quatro páginas) que prevê a transferência de competências para as autarquias locais e o respectivo envelope financeiro.

Se no PSD há mal-estar, no CDS há satisfação pela aproximação de Rui Rio a António Costa. Não só porque os centristas consideram que há mais margem para o partido de Assunção Cristas crescer como também porque vêem o risco que foi apontado pelo ex-líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro: o de o PSD se tornar uma “muleta” do PS.

 

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