Rio admite que acordo com PS sobre saúde é mais difícil

Líder do PSD disse constatar "degradação muito grande" no Serviço Nacional de Saúde.

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Rui Rio dedica esta semana à saúde JOÃO RELVAS/LUSA

No dia em que formaliza com o primeiro-ministro dois acordos sobre fundos europeus e descentralização, o líder do PSD reconhece que, na área da saúde, um entendimento deste género é mais difícil. Rui Rio falava aos jornalistas depois de uma reunião com a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, no âmbito da semana que dedica à saúde. Aliás, o líder do PSD assistiu na terça-feira à noite à primeira secção de saúde formada no distrito de Setúbal, já neste modelo do Conselho Estratégico Nacional reproduzido a nível local.

O tema da saúde é mesmo o exclusivo desta semana de Rui Rio nas declarações aos jornalistas. Questionado sobre se não falou com Santana Lopes desde o congresso de Fevereiro, Rui Rio gracejou: “Só se ele estivesse doente”. A excepção ao tema da saúde abre-se na formalização dos dois acordos ao final desta tarde, um entendimento que é mais difícil na saúde. Mais fácil, defendeu o líder do PSD, é “fazer um acordo para defender a posição de Portugal em Bruxelas e para que o Governo tenha força para poder pedir o maior valor possível de fundos comunitários ou mesmo na descentralização, que é uma reforma profunda e profundamente estrutural”.

Depois de uma reunião com o sindicato independente dos enfermeiros e a Ordem dos Enfermeiros, Rui Rio disse constatar “a carência de pessoal médico” e a necessidade de uma reformulação dos serviços de emergência médica. O diagnóstico já está feito: há uma “degradação muito grande no Serviço Nacional de Saúde”. Uma ideia que, segundo Rui Rio, contrasta com a imagem florescente que o Governo quer dar da economia. “A saúde está pior. A saúde vai ter sempre problemas mas não pode ter mais problemas quando a economia está melhor”, afirmou, criticando um discurso que “não casa com a realidade”.

Rui Rio esteve acompanhado por Pedro Pinto, líder da distrital de Lisboa, Adão e Silva, vice-presidente da bancada parlamentar, e por António Maló, membro da Comissão Política Nacional.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, disse aos jornalistas ter transmitido a ideia de que “faltam enfermeiros nos serviços” e denunciou a tentativa do INEM de formar “técnicos com o 12º ano” para fazer o trabalho de “médicos e enfermeiros”.

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