Santana Lopes em rota de colisão com Rui Rio

O antigo líder do PSD considera que Rio não cumpriu o acordo feito no congresso e ameaça começar a fazer “oposição interna”.

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Rui Gaudêncio

O acordo entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio sobre listas conjuntas para vários órgãos do PSD, selado no congresso de Fevereiro, está a ser posto em causa pelo antigo líder do partido. Santana Lopes queixa-se de que Rio não aceitou nenhuma das sugestões de nomes para o Conselho Estratégico Nacional e que, na altura, foram aceites pelo líder do partido, segundo o ex-director de campanha João Montenegro. Este antigo responsável – que é membro do Conselho Nacional do PSD por indicação de Santana Lopes – assume ao PÚBLICO que há uma “ruptura” com Rio e que o ex-líder “pode romper com a solidariedade que existiu até agora e começar a fazer oposição interna”.

João Montenegro, que confirma a notícia desta manhã avançada pelo jornal i – que dava conta de uma “ruptura” entre Santana e Rio –, assegura que o líder do partido e o adversário nas eleições directas de Janeiro, chegaram a acordo sobre listas conjuntas para o Conselho Nacional, Conselho de Jurisdição, Instituto Sá Carneiro e Conselho Estratégico Nacional. Este órgão está inscrito nos estatutos do PSD, embora na altura em que Santana e Rio chegaram a acordo sobre as listas não era conhecida a configuração que o agora líder do partido lhe veio a dar.

Santana fez sugestões sobre “um conjunto de nomes” para o Conselho Estratégico Nacional, que é visto como um governo-sombra do PSD, mas nenhum foi acolhido, segundo João Montenegro, admitindo que isso causou “muito incómodo”. O antigo director de campanha de Santana Lopes destaca que o antigo líder do partido indicou nomes para o Conselho Nacional – para o qual foi aliás o número um, seguido de Paulo Rangel – e que tem outros sociais-democratas que lhe são próximos eleitos por outras listas, o que pode deixar Rio sem maioria neste órgão.

Com vista a promover a unidade interna no PSD, o acordo para as listas sobre os demais órgãos (à excepção da Comissão Política Nacional, em que não existiu entendimento) foi cumprido durante o congresso. No caso do Instituto Sá Carneiro ainda não houve indicação por parte da direcção do partido de qualquer nome para suceder a Pedro Reis.

O PÚBLICO contactou a assessoria de imprensa de Rui Rio e aguarda uma tomada de posição.

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