Comissário europeu? Ainda não está no “horizonte político”

“Há muitos calendários. Esse ainda não está colocado”, diz o ministro das Finanças em declarações à TSF. A sua prioridade é, como há três anos, “implementar um programa que coloque Portugal no centro da Europa”.

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A ida de Centeno para Bruxelas é questão que "ainda não se coloca" LUSA/STEPHANIE LECOCQ

A possibilidade de Mário Centeno ser escolhido para comissário europeu foi avançada pelo Expresso do passado sábado. "Centeno prepara ida para comissário europeu", lia-se na manchete do semanário. Questionado sobre essa possibilidade, na entrevista que deu nesta terça-feira à TSF, o actual ministro das Finanças respondeu: “Há muitos calendários. Esse ainda não está colocado”.

“É uma matéria que não está sequer no horizonte político ainda”, diz Centeno, que acumula o cargo de ministro das Finanças com o de presidente do Eurogrupo. “É bastante extemporânea aliás a forma como foi colocada”, responde. Acrescenta ainda que sua prioridade neste momento (como há três anos) é “implementar um programa que coloque Portugal no centro da Europa”.

A resposta de Mário Centeno está na linha da de António Costa. Questionado pelo Expresso, o primeiro-ministro afirmou que "ainda ninguém está a pensar” na ida de Centeno para Bruxelas

Segundo o Expresso, a hipótese desta "promoção" pode colocar-se porque, como a instituição Eurogrupo não está prevista nos tratados europeus, há a possibilidade de esse grupo informal de ministros das Finanças da zona euro ser integrado na estrutura da Comissão Europeia. A liderança do Eurogrupo poderá, assim, passar a ser assegurada pelo comissário com a pasta dos Assuntos Económicos e Financeiros (em regime de acumulação), que terá "um nível semelhante ao de vice-presidente da Comissão", lê-se no artigo do semanário.

A possibilidade foi defendida pela eurodeputada Ana Gomes, ouvida pelo Expresso, que considera que "faria todo o sentido que alguém com o perfil de Centeno fosse comissário". Paulo Trigo Pereira, deputado socialista, afirma, em declarações ao mesmo jornal, que o ministro tem “competência mais do que bastante" para o cargo.

“Não há deslumbramento nenhum” nos bons resultados

Respondendo à TSF, Mário Centeno afirmou também que não há “deslumbramento nenhum” nos bons resultados apresentados este ano. “Tanto não há que eles já estavam previstos em 2015”, resume o ministro. Centeno também não quer o mérito só para si: “Tem mérito de uma equipa da qual eu faço parte. No campo das finanças lidero, mas o Governo é liderado pelo doutor António Costa, que tem mais 16 colegas no Conselho de Ministros”, respondeu.

O ministro das Finanças afirma ainda que não se sentiu subestimado nem pelo país nem pela Europa. “Eu desde sempre que gosto de ver o meu trabalho como o resultado de um investimento que sempre foi feito com um grande empenho. Olhando para trás vejo que isso é mais bem compreendido mais vezes do que outras. Hoje felizmente podemos partilhar estes resultados com o país.” 

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