Oito doentes isolados no hospital de Viseu devido a bactéria multirresistente

Administração diz que foram tomadas “medidas de higienização ambiental, desinfecção e confinamento dos doentes” para evitar transmissões cruzadas.

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Reuters/HANDOUT

Oito doentes encontram-se em isolamento num Serviço de Medicina do hospital de Viseu por estarem colonizados com a bactéria multirresistente KPC, mas “o surto está controlado”, disse esta sexta-feira à agência Lusa o director clínico, Cílio Correia.

“Neste momento, os doentes estão identificados. Temos oito doentes colonizados, não infectados, mas temos que fazer as zaragatoas de segurança”, esclareceu o também presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, mostrando-se convencido de que poderão ter alta hospitalar nos próximos dias.

“A KPC [Klebsiella pneumoniae carbapenemase] é uma bactéria multirresistente que, em muitas circunstâncias, resulta da utilização de antibióticos em doentes que estão comprometidos do ponto de vista imunológico, têm as defesas baixas”, explicou o médico. “Ou porque são idosos ou porque têm doenças de outro tipo e têm infecções sucessivas, obrigam-nos a utilizar vários tipos de antibióticos, entre os quais as cefalosporinas, que são indutoras do aparecimento destas bactérias”, acrescentou.

Segundo Cílio Correia, o primeiro caso, há cerca de oito dias, foi o de uma idosa de 96 anos que estava infectada pela bactéria KPC e que colonizou os oito doentes que se encontram isolados.

“A senhora, que já faleceu, teve nos últimos tempos várias entradas no hospital para tratar infecção urinária e infecção respiratória”, contou, acrescentando que a causa da morte não foi a bactéria.

Foram tomadas “medidas de higienização ambiental, desinfecção e confinamento dos doentes que estiveram em contacto [com a idosa]” para evitar transmissões cruzadas. “Adoptámos uma estratégia de confinamento. Neste momento, temos confinados os doentes que estão à espera da confirmação da zaragatoa para poderem ter alta”, acrescentou.

Quando cada doente tiver alta e for para casa, leva consigo uma nota informativa. “Se, por acaso, tiver alguma sintomatologia que o faça vir a uma nova consulta ou a um serviço de urgência, deve trazer essa folha informativa para que o médico que o vai ver faça a zaragatoa e o isole desde logo”, explicou Cílio Correia.

As famílias dos doentes serão informadas de que “devem lavar as mãos, e o próprio doente, quando vai à casa de banho, deve fazer uma higienização adequada para evitar a transmissão”, concluiu.

 

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