Parlamento português condena "reiterado emprego de armas químicas" na Síria

Voto foi apresentado pela comissão dos Negócios Estrangeiros. Foram rejeitados textos do PCP e do Bloco sobre o mesmo assunto.

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Reuters/HANDOUT

O Parlamento condenou nesta sexta-feira o "reiterado emprego de armas químicas" no conflito na Síria e exigiu o total apuramento de responsabilidades através de acções conduzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

"A Assembleia da República exprime a sua veemente condenação pela escalada do conflito e pelo reiterado emprego de armas químicas ocorrido em Douma, na Síria, no passado domingo, 8 de Abril, exigindo o total apuramento de responsabilidades", refere o voto.

O texto foi proposto pela comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e teve os votos contra do PCP e do PEV e favoráveis das restantes bancadas parlamentares.

Os deputados consideram "absolutamente imperioso o apuramento de responsabilidades" relativamente a todas as situações como as que ocorreram em Douma, através de acções conduzidas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, e o julgamento dos "culpados por crimes tão repugnantes".

Os deputados lamentaram o "bárbaro ataque conduzido contra populações indefesas na Síria" afirmando que foram utilizadas armas químicas "de acordo com testemunhos credíveis de várias organizações internacionais". O ataque provocou "largas dezenas de mortos e feridos" e "configura um grave atentado aos direitos humanos", consideram.

Sobre o mesmo assunto foram rejeitados votos de condenação apresentados pelo PCP e pelo BE.

O voto de condenação proposto pelo PCP afirma que a "operação de desestabilização e agressão contra a Síria" e as "ameaças de escalada de agressão" são "sustentadas numa alegada e não comprovada utilização de armas químicas". O texto do PCP foi rejeitado com os votos contra do PSD, PS e CDS-PP e a abstenção do PAN.

O voto proposto pelo BE, igualmente rejeitado, condena "com firmeza as estratégias das potências, quaisquer que sejam, que mais não são do que agressões ao povo da Síria" e apela à resolução pacífica do conflito.

 

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