Os “governos” de Costa e Rio não são assim tão diferentes

Média de idades das duas equipas é parecida, assim como o número de elementos e de independentes.

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Rio apresentou o seu próprio gabinete de estudos Nuno Ferreira Santos

Bem pode insistir Rui Rio que o seu Conselho Estratégico Nacional não é um governo-sombra, mas as parecenças são muitas. Desde logo, o número de coordenadores do social-democrata (16) é praticamente o mesmo que o número de ministros (17) do socialista. Em matéria de paridade, um e outro estão equilibrados (no resultado), assim como no que diz respeito a independentes e a ex-governantes ou à média de idades.

Vamos às contas. Entre os 17 ministros de António Costa há três mulheres e 14 homens. No caso dos coordenadores da equipa que Rui Rio escolheu para se aconselhar as mulheres são quatro e os homens 12. De fora desta contabilidade ficam os porta-vozes do PSD (na dependência dos coordenadores) e os secretários de Estado, que respondem perante os ministros.

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Os sociais-democratas são mais velhos do que os socialistas, mas não é por muito. Se no Governo de Costa a média de idades fica ligeiramente acima dos 56 anos, no gabinete sombra de Rui Rio a média atinge os 60 anos, como confirmou o líder do PSD em declarações aos jornalistas. A experiência governativa também é parecida. Entre os ministros do PS há oito que já tinham tido passado por um anterior executivo, enquanto entre os coordenadores laranja há apenas sete.

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Do total de ministros, 14 são militantes do PS e três são independentes. No caso da equipa mais sénior de Rio (já que entre os porta-vozes a idade média não ultrapassa os 45 anos), há 13 militantes do partido e também são três os elementos sem filiação partidária.

Uma diferença que sobressai entre as duas equipas é ao nível da formação. Se do lado do PS há mais licenciados em Direito (seis contra três), do lado do PSD são os economistas que predominam (sete coordenadores de Rio são formados em Economia e apenas quatro ministros de Costa têm essa formação). Engenheiros há quatro em cada um dos “governos”.

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Falta uma lupa à orgânica de ambas as estruturas que, na realidade, também não muda muito. Com alguns ajustamentos, no Conselho Estratégico do PSD está a Saúde, estão as Finanças (a que Rio chama Públicas), a Defesa Nacional, a Agricultura, o Ambiente, as Relações Exteriores (que é o mesmo que dizer Negócios Estrangeiros), a Justiça (juntamente com a Cidadania e Igualdade), a Economia, o Ensino Superior e até os Assuntos do Mar.

Uma das curiosidades está no facto de Rui Rio ter escolhido ter uma área de estudos a que chamou Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar, optando por não ter um “ministro-sombra” para a Segurança Social.

Outra diferença - esta mais significativa - é que os governantes de António Costa podem andar no terreno, bem espalhados pelo país, mas não estão descentralizados, nem têm ministérios fora da capital. Já as 16 equipas de Rui Rio não vão funcionar apenas a partir de Lisboa, tendo "delegações" também em Aveiro, Porto, Viseu e Coimbra, onde deverá decorrer a primeira reunião do Conselho Estratégico, a 21 de Abril.

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