Garraiada na Queima das Fitas de Évora continua envolta em polémica

Há quem defenda um referendo sobre a realização desta actividade.

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SERGIO AZENHA

A decisão de não se realizar um referendo sobre a garraiada na Queima das Fitas de Évora continua envolta em polémica local, com pedidos de impugnação e de uma nova assembleia magna de estudantes.

"Eu fiz o pedido de impugnação a título pessoal, mas tenho consciência de que as minhas reclamações são o eco das vozes de muitos estudantes", afirmou nesta sexta-feira à agência Lusa João Caia, aluno do curso de licenciatura em História.

Na assembleia magna realizada no dia 03 deste mês, que se prolongou pela madrugada do dia seguinte, foram registados "124 votos contra o referendo e 117 a favor", segundo a presidente da Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE), Ana Rita Silva.

A dirigente estudantil disse, na altura, que tinha ficado decidido em assembleia magna que "o referendo não irá ser realizado", pelo que o espectáculo tauromáquico irá permanecer no programa da Queima das Fitas.

João Caia argumentou, por seu turno, que quando a assembleia magna foi convocada o tema do referendo "não estava na ordem do dia" e que "a dois ou três dias da reunião foi lançado um comunicado" nas redes sociais a informar que o referendo ia ser apresentado e discutido.

Além disso, o comunicado "só dizia que ia ser discutido e não que ia ser votado" o referendo, referiu, indicando que "não fez qualquer sentido" o facto de o assunto estar no ponto relacionado com o plano de actividades, porque "não é uma actividade".

"O aditamento da ordem do dia devia ter sido votado no início da reunião da assembleia magna e não foi e o assunto não foi discutido no ponto relativo ao plano de actividades, mas sim relegado para o ponto respectivo de outras informações", realçou.

O estudante de História alegou ainda que foram feitas duas votações sobre o referendo, porque na primeira existiu "apenas a diferença de três votos", e que "entre uma votação e outra houve uma diferença de cerca de 25 pessoas".

"Algumas pessoas saíram e na segunda votação o plenário já não foi contado", assinalou, lamentando que a mesa da assembleia tenha decidido "apresentar as suas intenções de voto" na segunda votação quando "não o tinha feito antes".

Por outro lado, um grupo de alunos já recolheu as assinaturas necessárias para a convocação de uma assembleia magna de estudantes que vote, novamente, a realização de um referendo sobre a continuidade da garraiada na Queima das Fitas.

"A recolha foi feita durante seis dias e foram conseguidas no total 847 assinaturas", disse à Lusa Rui Mendonça, porta-voz do grupo de alunos e estudante de medicina veterinária, indicando que as assinaturas e o pedido de nova reunião já foram entregues ao presidente da assembleia magna.

"As assinaturas entregues são mais do que suficientes para que a assembleia magna seja convocada. Agora, cabe ao presidente e à mesa da assembleia organizarem as condições nas quais decorrerá a próxima reunião", acrescentou.

Para a convocação de uma assembleia magna de estudantes da UÉ extraordinária são necessárias as assinaturas de 10% dos cerca de 7500 alunos da academia.

A Queima das Fitas em Évora vai ter lugar este ano de 25 de Maio a 02 de Junho, mas a garraiada ainda não tem data de realização prevista.

 

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