CDS-Lisboa quer que todos os imóveis da Câmara sejam para arrendamento moderado

O projecto centrista destina-se a pessoas da classe média que têm dificuldade em encontrar casa na cidade

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LUSA/Manuel de Almeida

A vereadora centrista na Câmara Municipal de Lisboa Assunção Cristas anunciou nesta sexta-feira que o CDS vai apresentar uma proposta para que todos os imóveis detidos pela Câmara sejam colocados para arrendamento a custo moderado.

"E nós na Câmara Municipal de Lisboa vamos apresentar vários projectos que têm a ver com habitação para a classe média. Nomeadamente para que todos os imóveis que a cidade de Lisboa detém, que a Câmara detém, possam ser colocados à disposição de projectos habitacionais para custos moderados", disse a vereadora.

A autarca frisou também que "são todos [os imóveis], ou seja, nas zonas mais nobres ou nas zonas menos nobres".

Segundo Cristas, estes projectos destinam-se a "pessoas que não têm tantas carências, mas que neste momento têm dificuldades em encontrar casa em Lisboa ou em manter a sua residência em Lisboa".

Os vereadores Assunção Cristas e João Gonçalves Pereira visitaram nesta sexta-feira o Bairro da Horta Nova, na freguesia de Carnide, em Lisboa.

"Lamento que a Câmara, nos últimos anos, tenha abandonado por completo, não só os bairros sociais, mas também as questões da política de habitação na cidade de Lisboa", advogou a centrista, alegando que quando o antigo presidente da Câmara de Lisboa, e actual primeiro-ministro, António Costa (PS), extinguiu a EPUL (Empresa Pública Municipal de Urbanização de Lisboa), "também extinguiu qualquer política de habitação para a classe média em Lisboa".

Na Horta Nova, Cristas diz que ouviu sobre os "problemas graves nas habitações", nomeadamente a falta de condições de salubridade dentro das suas casas, apontando que as "pessoas estão a viver muito mal".

"Há um abaixo-assinado para exigir à Gebalis, exigir à Câmara de Lisboa para fazer obras em definitivo. As obras foram prometidas, mas há dois anos que estão aqui à espera, foram feitos apenas alguns lotes, mas há 39 lotes à espera de intervenção, e neste bairro são problemas estruturais", explicou a vereadora.

"Há questões que são conhecidas, identificadas e infelizmente crónicas nos bairros da cidade de Lisboa", acrescentou Cristas, salientando que a Câmara "não se pode eximir de resolver estes problemas".

"E eu continuo a dizer que esta é uma Lisboa esquecida e abandonada por parte da Câmara Municipal de Lisboa, que se preocupou com outras áreas e não com esta área", frisou.

Na ocasião, Assunção Cristas foi também instada a comentar a possibilidade de o processo de despejo em curso pela companhia Fidelidade poder afectar "quase 1500 fracções, a maior parte delas de habitação", no concelho de Lisboa, dado revelado na semana passada pela deputada do PS Helena Roseta.

"Quando há problemas como por exemplo o caso da Fidelidade, é preciso reflectir sobre quais as ferramentas que estão na mão da Câmara Municipal de Lisboa e que poderão vir a ser accionadas caso, de facto, o problema se venha a equacionar", argumentou, mencionando "o exercício do direito de preferência".

Ainda assim, Cristas disse que "é preciso avaliar", uma vez que "pode estar em causa um montante muito elevado".

"As situações também não são todas iguais, mas é preciso que a Câmara tenha consciência e que todos os vereadores possam ter essa informação, sobre a possibilidade de ter uma acção por parte da Câmara também nessa matéria", afirmou.

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