Miguel Oliveira diz-se apto para o MotoGP

Piloto português, inconformado com terceiro lugar no GP da Argentina, revela ambição de dar o salto para a categoria rainha já no próximo ano.

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Miguel Oliveira insatisfeito com o terceiro lugar na Argentina
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Miguel Oliveira insatisfeito com o terceiro lugar na Argentina EPA/Nicolas Aguilera

O português Miguel Oliveira (RB KTM Ajo) diz-se apto para competir na categoria de MotoGP já na próxima temporada, assumindo ainda que merecia mais do que o terceiro lugar na última prova do Mundial de Moto2, no Grande Prémio da Argentina, onde foi "travado" pela curva 13.

"Sinto-me já um piloto muito preparado para dar esse passo. A experiência que tenho de vitórias e de palmarés já me dá motivos suficientes para poder subir para o ano que vem", admitiu o piloto português, à margem de uma palestra sobre segurança rodoviária, numa escola em Lisboa.

"A curva era complicada, na travagem tínhamos de atravessar uma parte molhada e depois havia um corredor, de três ou quatro metros de pista seca. Ao entrar para a curva voltávamos a cruzar e havia outra poça de água, era muito complicado", disse Miguel Oliveira, que terminou a prova na terceira posição.

O piloto da KTM, que tinha sido quinto classificado na prova inaugural do Mundial, disputada no Qatar, admitiu que ambicionava mais na Argentina, onde acabou atrás do italiano Mattia Pasini e do espanhol Xavi Vierge, ambos em Kalex, primeiro e segundo classificados, respectivamente.

"O segundo lugar seria mais justo, porque fiz uma corrida para ficar em segundo. Tinha as coisas bastante controladas, mas uma ultrapassagem do primeiro classificado fez-me ir um bocadinho mais fora e, com as últimas três voltas mais rápidas, já não deu", descreveu.

Miguel Oliveira, de 23 anos, espera uma prova difícil nos Estados Unidos, onde a 22 de Abril se disputa o Grande Prémio das Américas, em Austin, no Texas. "É um circuito muito complicado. No ano passado lutámos muito com a afinação da mota. É um circuito muito particular, com travagens muito fortes, curvas de primeira, o que não acontece no resto do calendário. É uma pista muito exigente fisicamente, portanto, é tentar sobreviver", disse.

O piloto português comentou ainda o incidente entre o espanhol Marc Márquez (Honda) e o italiano Valentino Rossi (Yamaha) no Grande Prémio da Argentina de MotoGP. "Márquez foi o homem do dia, os erros não começaram por ele, começaram pela DORNA [organizadora do campeonato] (...) Márquez andou com a 'faca nos dentes', como ele anda sempre. Foi o homem do dia, mostrou uma grande superioridade em relação a todos os outros adversários, e acho que é isso que custa mais a negar", referiu.

Numa ultrapassagem muito perigosa, Márquez deixou Rossi fora de pista. O espanhol alegou a existência de lençóis de água e reconheceu o erro, mas o italiano considera que a manobra foi propositada.

Durante a palestra na escola secundária José Gomes Ferreira, o piloto alertou os alunos para os cuidados a ter na condução, admitiu que na estrada gosta de andar de bicicleta, e assumiu que não tem carta para conduzir motos.

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