Demite-se apresentador que disse que ia abusar sexualmente de vítima de Parkland
Jamie Allman ameaçou David Hogg, de 17 anos, um dos alunos que sobreviveram ao ataque de Parkland e que tem liderado o movimento de luta pelo controlo de armas que sucedeu ao ataque.
Jamie Allman, o apresentador televisivo que disse que iria abusar sexualmente do sobrevivente do ataque à escola de Parkland, David Hogg, demitiu-se do canal e foi afastado do seu programa de rádio. A decisão foi conhecida durante a noite desta segunda-feira e avançada pelo Washington Post.
A 26 de Março o radialista e apresentador televisivo de St. Louis tweetou que iria usar uma hot poker [atiçador de fogo quente] para abusar sexualmente do sobrevivente ao ataque à Escola Secundária Marjory Stoneman Douglas. A declaração foi recuperada pelo jornal local Riverfront Times a 6 de Abril e desde então multiplicaram-se os apelos ao boicote dos seus programas de rádio. Os patrocinadores acederam e a rádio acabou por afastar Allman do ar enquanto olha para o caso com atenção, esclareceu a porta-voz do grupo, Esther-Mireya Tejed, conta o Guardian.
O mesmo já tinha acontecido com Laura Ingraham, a pivô da Fox News que fez pouco de David Hogg por não ter entrado em quatro universidades. Quando isso aconteceu, várias marcas — incluindo a Bayer, Johnson & Johnson e Nestlé — anunciaram que se iriam deixar de patrocinar a jornalista da Fox News, o que levou ao seu afastamento temporário. Ingraham regressou às câmaras também esta segunda-feira.
David Hogg, de 17 anos, tem sido uma das vozes mais activas no movimento que reacendeu o debate sobre o controlo de armas nos Estados Unidos. Com Emma González, David Hogg é, desde o ataque, uma voz activa em vários debates com representantes da National Riffle Association, com membros do Partido Republicano e alguns do Partido Democrata, e através das plataformas das redes sociais, onde a sua voz tem conquistado cada vez mais dimensão.
Para além de Allman e Ingraham, Hogg já tinha sido vítima de teorias da conspiração que questionavam se o jovem estudante seria sequer aluno na escola atacada — é — e várias pessoas acusavam-no de se tratar de um "actor" contratado para fazer um "aproveitamento político" do controlo de armas.
Entretanto, a conta de Twitter de Allman é agora privada.