Fencaça garante que não há carne de javali infectada

Federação Portuguesa de Caça nega problemas na carne de javali denunciados por movimento de caçadores.

Foto
Rui Gaudencio/Publico

A Federação Portuguesa de Caça (Fencaça) “repudia as graves insinuações” em relação ao consumo da carne de caça que foram feitas na segunda-feira pelo Movimento Caçadores Mais Caça, que afirmou que, devido à falta de veterinários para fazerem inspecções, a carne de javali está infectada com várias doenças, incluindo a tuberculose e a triquinose.

Para a Fencaça, a mais representativa associação dos caçadores portugueses, estas denúncias, “são recorrentes e não têm nenhuma razão de ser”. “Consumir carne de caça é 100% seguro. A carne de caça é dos melhores alimentos que se podem consumir, basta consultar todos os especialistas em nutrição humana”, diz a federação em comunicado.

Alega a associação que “80% das espécies de caça maior (javali, veado e gamo) abatidos em Portugal são compradas pela indústria espanhola”, que “a transforma, embala e coloca no mercado internacional, nomeadamente Alemanha, França e Reino Unido, que são grandes mercados com hábitos de consumo de carne de caça”. E acrescenta: “Apenas 20% das espécies de caça maior abatidas ficam em Portugal, 10% através de empresas portuguesas que as entregam no matadouro de Mafra, onde são inspeccionadas, desmanchadas, embaladas e colocadas no mercado português, e 10% através do chamado ‘autoconsumo’, que o caçador caça e consome com os seus familiares. Todas as caçadas são feitas dentro das zonas de caça associadas, que estão mais empenhadas do que ninguém no seu controlo sanitário”.

A Fencaça diz ainda estar a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades sanitárias do país, “quer seja na zona epidemiológica de risco, quer no país inteiro com diversas amostragens".

E, dirigindo-se directamente ao Movimento Caçadores Mais Caça, defende: “Estes senhores estão a prestar um mau serviço ao sector cinegético e ao país. Não existe em Portugal um único caso de um cidadão infectado através do consumo de carne de caça. Não existe e não pode existir uma peça de caça, ou parte dela, que entre num restaurante ou outra superfície comercial que não esteja inspeccionada por uma autoridade sanitária, ou então terão de ser punidos porque andam a comprar os produtos onde não devem”.

A federação termina afirmando que, “com a contribuição destes senhores que nada representam, quem se está a rir são os nossos vizinhos espanhóis, que passarão a levar todas as peças de caça maior para Espanha, criando a cadeia de valor que poderia ser nossa e fazendo com que os portugueses desconfiem e não criem hábitos de consumo de carne de caça”.

Sugerir correcção
Comentar