Guardiola e Di Francesco apelam à eficácia, Klopp e Valverde desconfiam de vantagens perfeitas

É com um pé nas meias-finais da Liga dos Campeões que Liverpool e Barcelona entram em acção frente a Manchester City e Roma para gerir as goleadas da primeira mão.

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O Manchester City, de Guardiola, ainda não entregou a eliminatória, apesar da derrota surpreendente na primeira mão JASON CAIRNDUFF/REUTERS

Ainda que Jürgen Klopp se apoie no exemplo do Barcelona, alegando que mesmo tendo vencido a Roma por 4-1 os catalães estarão conscientes de que ainda não se apuraram para as meias-finais da Liga dos Campeões, o treinador do Liverpool considera que os três golos de vantagem sobre o Manchester City não oferecem quaisquer garantias perante um adversário poderoso. Klopp não esquece o pesadelo da última visita ao “Etihad”, onde em Setembro encaixou cinco golos, optando por combinar os elogios a Pep Guardiola com uma certeza: As duas últimas derrotas dos virtuais campeões ingleses só vieram provar que os “citizens” são humanos, sofrem golos e, como tal, podem ser derrotados.

Pep Guardiola, técnico do Manchester City, explicou em três idiomas (inglês, castelhano e catalão) como pensa anular a vantagem dos “reds”, baseando-se na eficácia para tentar inverter o rumo tomado pela eliminatória com a derrota por 3-0 averbada em Anfield.

Os golos terão, na mente de Pep, que surgir naturalmente, um de cada vez... até empatar a eliminatória, sem precipitações. Mesmo que o Liverpool também marque. Na verdade, o City vem de duas derrotas consecutivas, em que sofreu seis golos. Com o rival de Manchester, a antecipação da conquista do campeonato esfumou-se na segunda parte, depois de ter chegado ao 2-0 em 30 minutos.

Klopp acrescenta que no primeiro período o City poderia até ter construído um resultado robusto caso aproveitasse as seis ocasiões de golo. Uma declaração que fundamenta os receios do Liverpool, ciente da capacidade de um adversário capaz de decidir um jogo num curto espaço de tempo. Mesmo perante um Liverpool convertido em favorito, rótulo rejeitado pelo treinador alemão, a quem apenas interessa atingir as meias-finais.

“É verdade que nesta poucos estariam à espera de ver o Liverpool a discutir a eliminatória. O mais natural seria estarmos aqui a lutar apenas pelo orgulho. Mas a equipa fez um jogo sensacional e vai discutir a passagem às meias-finais”, admite, lembrando sempre que o Manchester City ainda é a melhor equipa do mundo e Guardiola o melhor treinador do mundo. Porém, como os resultados mais recentes provam, não são perfeitos nem infalíveis.

A vantagem da equipa de Klopp pode, contudo, ser atenuada mesmo antes do apito inicial. O goleador egípcio Mo Salah falhou o derby de Liverpool, por lesão, e poderá ser uma baixa de peso em Manchester. O técnico alemão admite todos os cenários, embora esteja confiante na recuperação do melhor marcador da Premier League e que, com os mesmos sete golos assinados por Sadio Mané e Roberto Firmino, forma um ataque temível.

Em Roma, o Barcelona de Ernesto Valverde adopta o mesmo discurso cauteloso do Liverpool de Klopp.

“Jogar com o pensamento nas meias-finais seria o maior erro” na abordagem ao jogo com os italianos, pelo que o técnico do Barcelona recusa “especular” com o resultado, optando pela postura sóbria e por um discurso equilibrado.

Mesmo com Messi inspirado, depois do hat-trick na liga espanhola, o Barcelona não quer repetir a experiência da edição anterior, em que caiu aos pés da Juventus (3-0) nos quartos-de-final, na sequência de um resultado que se ajusta na perfeição à ambição dos romanos. O golo de Dzeko, em Camp Nou, alimenta o sonho, mesmo que remotamente. Até porque Messi e Iniesta estão na iminência de cumprir o centésimo jogo na prova enquanto dupla, um recorde que traduz bem a experiência e a excelência do núcleo duro dos catalães, uma força construída ao longo dos anos, conforme sublinha Eusebio Di Francesco, treinador da Roma, que faz dele as palavras de Guardiola, pedindo eficácia… precisamente o que falhou no fim-de-semana, com a Fiorentina.

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