Projectos de reabilitação urbana no Porto e em Lisboa distinguidos com Prémio Nuno Teotónio Pereira

Intervenção nos Albergues Nocturnos do Porto (arquitectos Nuno Valentim, Frederico Eça e Margarida Carvalho) e na Casa Santa Clara 1728 (arquitecto Manuel Aires Mateus) foram os projectos distinguidos.

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Albergues Nocturnos do Porto João Ferrand
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Casa Santa Clara 1728 Atelier Aires Mateus

A recuperação do edifício da centenária Associação dos Albergues Nocturnos do Porto, na freguesia de Cedofeita (projecto dos arquitectos Nuno Valentim, Frederico Eça e Margarida Carvalho), e a reabilitação de outro edifício histórico em Lisboa, Santa Clara 1728, no Campo de Santa Clara (projecto do arquitecto Manuel Aires Mateus), foram distinguidos com o Prémio Nuno Teotónio Pereira 2017.

A distinção foi anunciada na passada sexta-feira, no Teatro Thalia, em Lisboa, e estes prémios destinados a projectos de reabilitação urbana são atribuídos, desde 2007, pelo Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) – que desde 2016 passou a designá-los com o nome daquele arquitecto desaparecido em Janeiro desse ano.

A presente edição, a que foram apresentadas 39 candidaturas, contemplou novas variantes disciplinares: Reabilitação de Edifício Habitacional, Reabilitação de Edifício de Equipamento e Operação de Reabilitação Urbana. Na primeira, o júri presidido pelo engenheiro Fernando Santo escolheu o projecto de Manuel Aires Mateus, elaborado entre 2012 e 2014, e concluído em 2016: tratou-se, segundo a memória descritiva do projecto, de recuperar e restaurar o maior número de elementos existentes neste edifício localizado junto ao Panteão, restituindo-lhe o carácter inicial e a dignidade da época a que remonta. O edifício em causa, com cinco pisos, destina-se a habitação e turismo.

Nesta variante, o júri do Prémio Nuno Teotónio Pereira atribuiu também uma menção honrosa à reabilitação de outro edifício para habitação, a Casa do Rosário, no Porto (atelier depA architects + arquitecta Margarida Leitão).

A intervenção nos Albergues Nocturnos do Porto, uma construção tradicional, também com cinco pisos, na Rua dos Mártires da Liberdade, teve como objectivo aumentar a capacidade, melhorar as áreas, a iluminação, o conforto e as condições gerais de utilização deste centro de acolhimento que é gerido por aquela associação fundada em 1881 pelo rei D. Luiz I.

Nesta variante relativa à Reabilitação de Edifício de Equipamento, o júri atribuiu também uma menção honrosa, contemplando o restauro e recuperação das Estufas Tropicais do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (arquitecto João Mendes Ribeiro).

Já na variante de Operação de Reabilitação Urbana, o júri não atribuiu prémio, apenas uma menção honrosa para a intervenção urbana na vila de Vagos (atelier Cotefis).

A cerimónia de entrega destas distinções foi presidida pela secretária de Estado da Habitação, arquitecta Ana Pinho, e decorreu num edifício – o Teatro Thalia (um dos 12 projectos que vão representar Portugal na próxima Bienal de Arquitectura de Veneza) – que é também um bom exemplo de reabilitação de uma construção histórica, do século XIX, neste caso com a assinatura dos arquitectos Gonçalo Byrne, Patrícia Barbas e Diogo Lopes.

O Prémio IHRU, agora Nuno Teotónio Pereira, remonta já a 1989 e é considerado o prémio nacional mais antigo no sector da construção e do imobiliário no país.

Notícia corrigida com o acrescento do atelier depA Architects como co-autor, com Margarida Leitão, do projecto da Casa do Rosário.

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