Moreira espera que a cidade não deixe de ir ao Bolhão provisório

A semanas do arranque das obras, município inicia campanha para atrair clientes ao espaço temporário.

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O Mercado do Bolhão vai estar em obras de reabilitação durante dois anos PP PAULO PIMENTA

No dia 2 de Maio o mercado do Bolhão já estará fechado para obras e, a metros dali, será inaugurado um mercado temporário na cave do centro comercial La Vie. A mudança pode mexer com os hábitos dos consumidores, e assumindo isso, o município do Porto iniciou esta segunda-feira uma campanha promocional para os manter fiéis ao Bolhão provisório, enquanto decorrem os trabalhos de reabilitação, que têm um prazo previsto de dois anos.

Um site na internet, com muita informação sobre o Bolhão e a sua história e com orientação para quem quiser fazer compras no mercado provisório, e uma campanha de fidelização, com brindes para quem fizer compras nos espaços a instalar no La Vie são as peças fundamentais da campanha de promoção deste novo mercado. Que “não tem o charme” do actual, assume Rui Moreira, e que por isso vai merecer, promete, um acompanhamento atento por parte do município que, para já, investiu 50 mil euros nestas acções promocionais.

Moreira lembra que o seu executivo já está a fazer o que há muito se pedia – a reabilitação do mercado – e diz que agora cabe também aos portuenses, num acto de “cidadania”, manter a ligação aos 67 comerciantes que aceitaram transitar para o espaço provisório, na expectativa de voltarem para o Bolhão em 2020. “O que precisamos agora é que a cidade corresponda”, insistiu em declarações aos jornalistas na entrada norte do mercado, junto à Rua de Fernandes Tomás, onde um funcionário, num balcão improvisado com caixas de plástico azuis, ia explicando a um outro cliente as vantagens de acumular pontos numa caderneta.

Durante esta campanha, que vai ter também presença na rede de metro, quem acumular carimbos até Julho pode ganhar alguns brindes. Mas isso não descansa Ana Cardoso, que aos 73 anos se mantém no mercado, e se prepara para uma mudança inevitável para que se realizem as obras que os comerciantes há muito esperavam. A vendedora de fruta, que apesar da idade está na lista das que pretende voltar a vender no Bolhão após as obras – nem que seja porque quer muito ver o espaço renovado, assume – tem algum receio, principalmente pelos clientes mais velhos, que já lhe foram dizendo, um ou outro, que não deverão ir ao mercado alternativo. O tempo dirá se o seu receio tem sentido.

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