Comunistas criticam Governo mas não querem ruptura

Jerónimo de Sousa diz que o seu partido é uma "força de construção".

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Jerónimo de Sousa esteve na Amadora neste domingo LUSA/TIAGO PETINGA

O líder do PCP fez neste domingo duras críticas ao Governo, mas avisou que isso não significa uma ruptura com o PS, e apresentou o seu partido "não como uma força de bloqueio, mas como força de construção".

Num almoço com apoiantes numa escola da Amadora, Jerónimo de Sousa fez "uma censura" ao comportamento do executivo liderado por António Costa, com quem o PCP tem um acordo parlamentar, por dar dinheiro à banca e não resolver de vez o problema das pensões de muito longa duração.

Perante isto, e ouvido em silêncio por algumas dezenas de apoiantes, Jerónimo fez a pergunta e deu a resposta.

"Foram muitos os camaradas que disseram 'então isto acabou, acabou o entendimento, a convergência", afirmou, para responder "não" logo em seguida.

O secretário-geral dos comunistas promete continuar a tratar "como até aqui" o entendimento firmado com os socialistas, em 2015, após as legislativas em que o parlamento elegeu uma maioria de deputados da esquerda, apesar de as eleições terem sido ganhas pelo PSD e CDS.

Depois, enunciou as condições dos comunistas para os tempos mais imediatos, repetindo que "o primeiro e principal compromisso" do PCP "é com os trabalhadores e com o povo e não com o PS".

Em terceiro lugar, "sempre mas sempre", o PCP promete não perder oportunidade de "conseguir novos avanços, novos direitos e novas conquistas".

Para Jerónimo, muito aplaudido pelos apoiantes, o PS e o Governo revelam "dois pesos e duas medidas" quando "dão" ou "empestam" 800 milhões de euros à banca e alegam que "não há dinheiro" para os aumentos na função pública, para o investimento no Serviço Nacional de Saúde e para as pensões sem cortes para os pensionistas com muito longas carreiras.

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