Mexia destaca total "alinhamento" entre gestão e accionistas

No final de uma assembleia geral que o elegeu para mais três anos à frente da EDP, António Mexia, passou a mensagem: foi “uma eleição clara”, a “confirmação da confiança”.

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Nuno Ferreira Santos/PÚBLICO

Não foi propriamente uma novidade a reeleição de António Mexia e da sua equipa para mais um mandato de três anos na liderança do conselho executivo da EDP, mas a votação da assembleia geral de accionistas que decorreu nesta quinta-feira serviu para o gestor sublinhar que esta foi a "confirmação da confiança" que os investidores da eléctrica, encabeçados pela chinesa CTG, depositam nos seus méritos.

Questionado em conferência de imprensa sobre se os temas mais polémicos que envolvem a EDP - como a investigação do Ministério Público aos CMEC, em que é arguido, e as divergências com o regulador relativamente aos acertos de contas destas rendas garantidas - foram preocupações expressas pelos accionistas, Mexia notou que foram “debatidos naturalmente” e remeteu para os resultados da votação que o reelegeu e que recolheu 99% dos votos presentes.

Estes “resultados claros” mostram o total “alinhamento” entre a gestão e os accionistas, sublinhou.

Sobre as “divergências regulatórias”, nomeadamente os 500 milhões de euros que a ERSE estima que a EDP tenha ganho a mais do que o devido com os CMEC nos últimos dez anos, Mexia foi taxativo: “Não há nenhum fundamento técnico que justifique” essas contas. E lembrou que tudo o que está a ser discutido agora diz respeito a um decreto-lei que é de 2004.

Por isso, apesar da aparente complexidade dos temas, o gestor não tem dúvidas de que a resolução dos diferendos com o regulador e o Governo tem tudo para ser simples. “Se soubermos olhar para estes temas de forma clara e soubermos onde está a sua base legal”, então “aquilo que é complexo torna-se claro”.

Luís Amado, o novo presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS), destacou a "convergência de interesses entre todos os accionistas" (os grandes e os pequenos), da EDP e sublinhou, a propósito do clima tenso entre a empresa, o regulador da energia e o Governo, que “o grupo é demasiado importante para a economia portuguesa” para que os temas não se resolvam “com espírito de diálogo e concertação”.

Notando que a empresa enfrenta "desafios muitíssimos grandes", admitiu que "há um novo ciclo que se abre" e uma vontade de procurar soluções para problemas que causam "ruído que não é favorável nem à empresa, nem a nenhuma das partes". O seu papel, sublinhou o novo líder do CGS, é o de "contribuir para a estabilidade das relações da EDP com o mercado" e todos os outros stakeholders, afirmou.

“A companhia sempre soube fazer o que lhe compete e não deixaremos que alguém, muito menos alguém que não tem acções da companhia, possa modificar o [seu] destino”, sustentou Mexia.

"Não houve nenhuma questão [na assembleia geral] relacionada com o tema que está a referir", disse ainda o presidente da EDP a propósito da investigação do Ministério Público por suspeitas de corrupção activa e passiva relacionadas com a entrada em vigor dos contratos de rendas garantidas e com o prolongamento, sem concurso público, das concessões de 27 barragens da EDP, em 2007.

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