Soam as Guitarras recomeça em Oeiras, estende-se a Évora e quer mais cidades

Da guitarra portuguesa às guitarras eléctricas, este ciclo quer proporcionar “espectáculos únicos”. Esta quinta-feira em Oeiras é o arranque.

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Pedro Jóia, Nuno Sampaio e Mafalda Veiga no Auditório do PÚBLICO DR

Doze espectáculos, quatro salas, duas cidades: o ciclo Soam as Guitarras está de volta, depois de se ter estreado, com êxito, em 2017. Nascido em Oeiras, seu município fundador, alarga-se agora a Évora e tenciona crescer para mais quatro cidades, ao ritmo de uma por ano. Nuno Sampaio, programador do ciclo, que esteve quarta-feira no auditório do PÚBLICO com dois dos músicos participantes, Mafalda Veiga e Pedro Jóia, diz que “a ideia é criar espectáculos onde haja uma comunhão muito forte entre o público e os artistas.” E isso, segundo ele, “consegue-se com espaços mais intimistas e tentando criar espectáculos de certa forma únicos, criados para o Soam. Para isso precisamos de alguma escala, e daí este objectivo que temos de crescer uma cidade em cada ano, até ao limite de seis.” O instrumento que esteve na origem do ciclo foi a guitarra portuguesa. “É o nosso instrumento mais icónico e tentamos ter sempre pelo menos dois artistas a ela ligados. Na primeira edição tivemos o mestre Chaínho e a Marta Pereira da Costa e este ano vamos ter o José Manuel Neto e convidámos a Luísa Amaro, que vai trazer o fado de Coimbra.” Mas pensaram que ter só guitarra portuguesa era “muito redutor”, daí participarem neste ciclo “outro tipo de guitarras”, acústicas ou eléctricas.

Mafalda Veiga, Pedro Jóia...

Mafalda Veiga, que actuará nas duas cidades, diz: “Foi um convite fantástico que veio na altura certa, porque estava precisamente a preparar um espectáculo em que só estou a usar guitarras e equipamentos que posso usar com elas, como pedais, para criar loops, para criar sons.” Para estes concertos, ela preparou alguns temas diferentes dos que vem apresentando no espectáculo Crónicas da Intimidade de Uma Guitarra Azul, estreado em Janeiro. “São adaptações para português, pelo Rui Reininho, de canções muito conhecidas, como o Luka, o Love me tender ou o Blue velvet. E estou a fazer as minhas canções com uma abordagem mais próxima da forma de compor, o que me dá a possibilidade de interpretar de maneira absolutamente diferente, porque só estou dependente da minha respiração.”

Pedro Jóia, que tocará em Oeiras em solo absoluto e em Évora como convidado de José Manuel Neto, vai apresentar já alguns instrumentais de um disco que tem em preparação, para o final do ano, só com temas de José Afonso. “Além de José Afonso, que é um autor que me é muito querido, vou tocar Carlos Paredes, Armandinho, versões para guitarra clássica que fiz de fados de Lisboa, vou tocar Carlos Gardel, Paco de Lucía, e música minha também.” E como convidado de José Manuel Neto, o que esperar? “Vamos partir de alguns pressupostos, como um Fado Lopes ou uma guitarrada, e daí vamos ver para onde o vento nos leva.”

Dez dias, de Oeiras a Évora

Todos os espectáculos são às 21h30. Em Oeiras, há três espaços. No Auditório Municipal Eunice Muñoz estarão José Manuel Neto com Pedro Moutinho por convidado (dia 5), Luísa Amaro (7) e António Zambujo (14); na Igreja da Cartuxa actuam Pedro Jóia (8) e Norberto Lobo (15); e no Auditório Municipal Ruy de Carvalho estarão Mafalda Veiga (6), Rita Redshoes com Bruno Santos por convidado (12) e Dead Combo (13). Em Évora, sempre no Teatro Garcia de Resende actuarão António Chaínho com Rão Kyao por convidado (6), Mafalda Veiga (7) José Manuel Neto, que convida Pedro Jóia (13), e Dead Combo (14).

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