Rumores apontam para saída de Anna Wintour, mas Condé Nast desmente

Depois da publicação de uma peça sobre rumores de que a influente editora da Vogue poderá estar de saída, o tema tem sido esmiuçado ao longo da semana.

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REUTERS/Eduardo Munoz Alvarez

Na segunda-feira o Page Six, do New York Post, publicou uma peça sobre o crescente volume dos rumores que circulam sobre a possível saída de Anna Wintour dos cargos de directora da Vogue e directora artística da Condé Nast, depois de 30 anos à frente da revista – e também da indústria – da moda. Não é a primeira vez que circulam rumores desta natureza e tanto o grupo como a revista negam veementemente a sua veracidade, mas o actual clima da empresa é, para alguns, sinal de que desta vez poderão ser verdade.

De acordo com a publicação, a saída de Wintour estará a ser orquestrada para o Verão, depois do casamento da sua filha Bee Schaffer com Francesco Carrozzini, o filho da ex-editora da Vogue italiana, Franca Sozzani, que morreu em 2016. Edward Enninful, que no ano passado assumiu o cargo de director da Vogue UK é um dos nomes mencionados para suceder a Wintour. De acordo com fontes da Page Six, a editora poderá estar a considerar uma posição no British Fashion Council.

Com o poder para lançar a carreira de criadores – como fez com Marc Jacobs – e outros criativos, Wintour é considerada a pessoa mais influente da indústria da moda e, apesar de discreta e algo misteriosa a nível pessoal, tornou-se ao longo dos anos numa figura icónica e mediática, tendo inclusive servido de inspiração para o filme O Diabo Veste Prada, em 2006. Uma década depois de fazer o papel de “diabo”, Meryl Streep entrou no gabinete de Anna Wintour, para marcar a sua presença na capa de Dezembro.

Há quem não consiga imaginar uma Vogue sem Anna Wintour. Tendo em conta que não passam para já de rumores, vale a pena, ainda assim, ponderar sobre a actual situação do grupo editorial, em concreto do autêntico jogo das cadeiras de directores de longa data: Graydon Carter deixou a Vanity Fair em Dezembro, depois de 25 anos na revista; Cindi Leive saiu da Glamour depois de 16 anos e, em Janeiro, Alexandra Shulman, que liderava a Vogue UK há 25 anos, anunciou a sua saída, tendo sido substituída por Edward Enninful. Já em 2015, a directora fundadora da revista Allure, Linda Wells, foi afastada do cargo.

Em Outubro de 2017, morreu o então presidente da Condé Nast, Si Newhouse. Tendo sido um dos maiores apoiantes de Wintour, a sua ausência é apontada como menos um ponto a favor da editora.

O salário de Anna Wintour rondará os dois milhões de dólares por ano, de acordo com o Evening Standard. “Numa altura tão tumultuosa para a imprensa escrita, será que empresas como a Condé Nast (cujo negócio foi profundamente reestruturado no final de 2016, com despedimentos colectivos e uma reorganização dos departamentos criativo, de investigação e de tecnologia) conseguirão continuar a pagar a funcionários como Wintour?”, questiona a publicação.

Quer sejam ou não verdadeiros, os rumores têm gerado algum burburinho nos últimos dias. De resto, só o futuro dirá.

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