José Silvano eleito secretário-geral do PSD com 78%

O presidente do Conselho Nacional do PSD, Paulo Mota Pinto, salientou o clima de "unidade e apoio" que marcou a reunião.

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José Silvano, secretário-geral do PSD Rui Gaudêncio

O deputado José Silvano foi eleito secretário-geral do PSD, com 78% de votos favoráveis, numa eleição que decorreu no Porto ao longo da noite de terça-feira, naquele que foi o primeiro Conselho Nacional na liderança de Rui Rio. No rescaldo da reunião, o presidente do Conselho Nacional do PSD, Paulo Mota Pinto, congratulou a "grande manifestação de unidade e apoio" que marcou a reunião.

José Silvano, que já foi autarca em Mirandela, colheu 75 votos, num universo de 96 possíveis, o que corresponde a uma percentagem favorável de 78%, e registaram-se cinco votos nulos e 16 brancos, indicou fonte do partido. O nome de José Silvano já tinha sido ratificado na Comissão Política Nacional que decorreu na última quarta-feira.

Esta eleição acontece depois de, no dia 18 de Março, Feliciano Barreiras Duarte ter apresentado a sua demissão do cargo de secretário-geral do PSD. O deputado social-democrata anunciou ao presidente do partido que a decisão de sair era "irrevogável", isto depois de uma semana de notícias sobre irregularidades no seu currículo e uma alegada falsidade na morada que indicou no Parlamento.

Esta foi a primeira baixa na direcção de Rui Rio e aconteceu exactamente um mês depois do Congresso em que foi empossado o novo líder, que decorreu entre 16 e 18 de Fevereiro, em Lisboa.

Entretanto, logo no dia seguinte, a 19, foi anunciado como substituto o deputado e antigo autarca de Mirandela José Silvano, que começou a exercer funções de imediato. Mas, de acordo com os estatutos do PSD, competia ainda ao Conselho Nacional "eleger o substituto de qualquer dos titulares da Mesa do Congresso e da Comissão Política Nacional, com excepção do seu Presidente, no caso de vacatura do cargo ou de impedimento prolongado, sob proposta do respectivo órgão".

“Grande manifestação de unidade e apoio”

Em declarações aos jornalistas, depois de quase cinco horas de reunião à porta fechada, Paulo Mota Pinto garantiu que houve uma "clara unidade em torno da estratégia que tem vindo a ser prosseguida pelo partido" e falou em "debate muito participado". "Saúdo uma grande manifestação de unidade e de apoio à estratégia do partido e o elevado nível dos contributos que foram realizados", disse o presidente do Conselho Nacional do PSD, que também descreveu os temas que foram retratados de forma mais "substancial".

"A preocupação que PSD tem revelado pela degradação do Serviço Nacional de Saúde por virtude da falta de meios financeiros. É um problema muito sentido actualmente pelos portugueses. Alguma perplexidade pela preparação da época de incêndios. E o tema relativo à utilização de recursos financeiros significativos da Santa Casa Misericórdia de Lisboa (SCML) para recapitalizar o Montepio", desenvolveu.

Já num período reservado a perguntas, confrontado com questões relacionadas com o caso Montepio, nomeadamente com a hipótese também já veiculada na comunicação social de entrada de capital da Santa Casa de Misericórdia do Porto, Paulo Mota Pinto disse que esse tema não foi tocado por nenhum dos conselheiros, explicando que quem falou dele foi o presidente do PSD, Rui Rio, na sua intervenção inicial.

"[O presidente do PSD] deixou clara a diferença entre milhões e dez mil euros e também a diferença entre dinheiro público como é o da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa e de dinheiro privado como é os das outras Santas Casas", referiu.

Também questionado sobre se o tema Bloco Central foi debatido, Paulo Mota Pinto apontou apenas: "Ficou claro que [essa hipótese] está afastada da estratégia do partido".

A reunião decorreu sem a presença de Pedro Santana Lopes, que foi adversário de Rui Rio na corrida à liderança do PSD, uma ausência que o actual líder recusou comentar. A reunião começou cerca das 21h30 de terça-feira e terminou perto das 2h de quarta-feira. Questionado sobre se o PSD regista ausências num Conselho Nacional que decorreu a Norte, Paulo Mota Pinto apontou que a sessão estava marcada para as 21h e o quórum foi alcançado às 21h15, e garantiu que outras reuniões se realizarão pelo país fora.

"Não houve nenhum tema de cisão ou de divisão neste Conselho Nacional", resumiu.

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