Banca em Portugal atrai mais um investidor chinês

Accionistas angolanos do BNI Europa vendem maioria do capital ao grupo chinês KWG.

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Operação só será concluída se tiver aval do BCE REUTERS/Ralph Orlowski

O banco BNI Europa, de capitais angolanos, prepara-se para ter um novo accionista maioritário, que, segundo as informações recolhidas pelo PÚBLICO, trata-se do grupo KWG, de origem chinesa.

Esta quarta-feira, o banco emitiu um comunicado onde deu conta que tinha assinado um “contrato com um investidor estrangeiro para a venda da maioria do capital detido no banco BNI Europa”. Isto, diz a mesma instituição, depois de o crescimento do banco ter “despertado o interesse de variados investidores de capital”, acabando o Banco de Negócios Internacional, em Angola, por optar, de acordo com as informações do PÚBLICO, pelo KWG. Contactado, o banco não quis fazer comentários.

Neste momento, e conforme explica o comunicado enviado às redacções, a “concretização da alienação encontra-se sujeita à verificação de um conjunto de condições habituais neste tipo de transacção”, o que envolve “a respectiva aprovação pelo Banco de Portugal”.

A decisão final, no entanto, cabe ao Banco Central Europeu (BCE), após ter recebido a proposta do regulador nacional. De acordo com o Jornal de Negócios, a intenção de venda da posição em Portugal pelo banco angolano vem já desde 2016.

A instituição financeira tem apostado em novos segmentos, e, segundo o banco, tem actualmente parcerias com 18 fintech na Europa, abrangendo mercados como o alemão, britânico, holandês, austríaco, francês e belga. No ano passado, o BNI Europa foi lucrativo em 2,3 milhões de euros, tendo o valor dos activos subido 41% para 509 milhões.

O BNI é composto por vários accionistas angolanos, onde se destaca Mário Palhares, com 33%. O empresário, ex-presidente do Banco Africano de Investimentos (BAI) e antigo vice-presidente do Banco Nacional de Angola é também o seu presidente. Já o BNI Europa, que abriu portas em Lisboa em 2014, é detido em 92,9% pela casa-mãe, cabendo o resto do capital a pequenos investidores, como Jaime Freitas, dono de um dos principais grupos privados angolanos, a Cosal.  

Em termos de investimento chinês no sector financeiro em Portugal, a Fosun destaca-se como o maior investidor o BCP, com 27% do capital. Depois, há também o Bank of China, presente no mercado nacional desde 2013.

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