Anfield e Klopp, cocktail explosivo para Guardiola

Na outra partida dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, o Barcelona impôs-se à AS Roma.

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Pep Guardiola Reuters/CARL RECINE

Em Janeiro, com o título inglês a precisar apenas de ser (matematicamente) oficializado, Pep Guardiola viu fugir-lhe por entre os dedos, em Anfield, a ambição de fazer história ao vencer pela primeira vez a Premier League sem qualquer derrota. Dois meses e três semanas depois, o treinador catalão voltou a Liverpool e viu as hipóteses de oferecer o primeiro título de campeão europeu ao Manchester City tornarem-se irrisórias. Cumprindo a tradição – os "citizens" não vencem em Anfield desde 2003 -, o lendário estádio de Liverpool foi terreno madrasto para o City e, com uma primeira meia hora avassaladora, Jürgen Klopp voltou a ganhar um duelo com Guardiola (3-0). Na Catalunha, não houve surpresas: o Barcelona ficou com pé e meio nas “meias” da Liga dos Campeões após derrotar a Roma, por 4-1.

Na antevisão da primeira mão dos quartos-de-final, Guardiola mostrou cautela e alertou para os perigos que iria encontrar em Anfield: “A forma como jogamos é perfeita para o Liverpool.” No entanto, a prudência do catalão de nada serviu. Com uma entrada explosiva, os “reds” arrasaram na primeira meia hora e depois, com mestria, controlaram uma vantagem que pode valer ouro.

Com Salah, Firmino, Sané e Chamberlain no ataque, quarteto que a 14 de Janeiro tinha marcado os golos da primeira derrota do City na Premier League (4-3), o futebol vertiginoso do Liverpool começou a provocar estragos aos 12’: após um rápido contra-ataque em que parte em fora-de-jogo, Salah fez o seu 38.º golo na época.

Sem Agüero (lesionado) e Bernardo Silva (no banco), o City não funcionava no ataque e, na defesa, abria brechas por todo o lado. E o Liverpool agradeceu. Com uma eficácia irrepreensível, a equipa de Klopp não desperdiçou o desnorte no adversário e, ao ritmo de um golo a cada dez minutos, colocou a diferença em 3-0: golos de Chamberlain (21’) e Sané (31’). Pela primeira vez, o City sofria três golos na primeira parte de um jogo europeu.

Com a vantagem, o Liverpool colocou um travão no jogo. Ao contrário do que tinha acontecido na partida da Premier League, em que o City, após estar a perder por 4-1, conseguiu reentrar no jogo, desta vez Klopp amarrou a equipa de Guardiola e, mais uma vez, o alemão ganhou o braço de ferro com o espanhol: Klopp é dos poucos treinadores que se podem orgulhar de ter mais vitórias do que derrotas no frente-a-frente com Guardiola (sete triunfos do alemão, contra cinco do catalão).

Em Camp Nou, a AS Roma mostrou ambição no início, mas dois tiros no pé revelaram-se fatais para a equipa de Di Francesco: perto do intervalo, De Rossi tentou impedir que a bola chegasse a Messi e colocou no fundo da sua baliza; aos 55’, após um remate ao poste de Umtiti, a bola ressaltou em Manolas, que fez o segundo golo  na própria baliza. Quase de imediato, Piqué fez o terceiro do Barcelona.

Sem nada a perder, a AS Roma lançou-se no ataque e ainda reduziu (Dzeko, aos 80’), mas a três minutos do final Suárez acabou com o enguiço e estreou-se a marcar nesta edição da Liga dos Campeões, deixa a eliminatória na mão do Barcelona. 

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