Laboratório britânico não determinou origem do gás usado contra Skripal

“Não nos cabe dizer onde foi fabricado”, disse o director executivo. Ainda assim, Gary Aitkenhead disse que a utilização da substância “só está ao alcance de um Estado”.

Foto
LUSA/ANDY RAIN

O director executivo do laboratório militar britânico de Porton Down disse esta terça-feira que a origem russa do gás neurotóxico que envenenou o ex-espião Serguei Skripal não foi determinada com base nos resultados dos testes científicos.

“É da nossa competência fornecer provas científicas de que agente neurotóxico se trata especificamente, mas não nos cabe dizer onde foi fabricado”, disse Gary Aitkenhead em entrevista ao canal Sky News.

“Conseguimos determinar que é Novichok e que é um agente neurotóxico militar. Não determinámos a sua origem precisa, mas entregámos a informação científica ao Governo, que depois recorreu a várias outras fontes”, acrescentou.

No entanto, o responsável disse que a substância exige “métodos extremamente sofisticados para ser produzida, uma capacidade que só está ao alcance de um Estado”.

Questionado sobre se o gás Novichok poder ter saído das instalações do laboratório de Porton Down, como sugere a Rússia, Aitkenhead disse que “não há nenhuma hipótese de que algo como aquilo possa ter saído daqui”.

O ex-espião russo Serguei Skripal, de 66 anos, e a filha Iulia, de 33, foram expostos a um gás neurotóxico a 4 de Março e encontrados inconscientes num banco perto de um centro comercial em Salisbury, no Sul de Inglaterra.

O Governo britânico responsabilizou a Rússia, mas Moscovo nega.

O director do laboratório disse que não há um antídoto conhecido para o Novichok. O ex-espião permanece em estado crítico, mas a filha recuperou na semana passada e está consciente e capaz de falar, segundo as autoridades.

Sugerir correcção
Ler 49 comentários