Ajuda a construir este mosaico para mostrar a diversidade do autismo

No Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, o projecto Autism Speaks divulgou uma reportagem especial onde dá voz a duas mil pessoas com autismo para promover o conhecimento sobre esta condição. Mosaico ainda aceita novas participações

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Mais de duas mil pessoas de 50 países. Crianças, adultos, famílias. Em comum, o autismo. O projecto Autism Speaks, criado em 2005, aproveitou o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, assinalado esta segunda-feira, 2 de Abril, para lançar uma pergunta (o que sabemos sobre o autismo?) com uma mensagem nas entrelinhas: o nosso conhecimento é muito inferior ao que devíamos ter. Para ajudar nessa mudança, a organização fez uma reportagem especial onde dá voz a pessoas com autismo — um trabalho colaborativo que aceita a participação de pessoas a partir de qualquer geografia.

Num mapa do mundo desenhou-se um mosaico de rostos, pessoas entre os quatro e os 59 anos, que partilham as suas histórias: como doentes ou acompanhantes destes. São fotografias, vídeos e textos que ajudam a compreender melhor esta condição — e a sua gigante diversidade. É possível navegar pelo mapa e pelas histórias ou pesquisar directamente por país ou palavra-chave. De Portugal não chegaram participações — mas o painel está ainda em construção.

Além desta reportagem especial, o Autism Speaks encomendou um estudo para tentar saber que mitos, equívocos e atitudes estão associados ao tema. Num relatório agora divulgado, a organização congratula-se com o facto de a consciência em relação à doença ter aumentado. Mas realça que é preciso mais compreensão e novas soluções para que pessoas com autismo possam ter uma vida o mais normal possível.

O relatório — que diz respeito à realidade americana — encontrou, por exemplo, um apoio público significativo para o emprego, mas concluiu, em contra-senso, que a grande maioria das pessoas no espectro está desempregada. Em relação às crianças, as entrevistas concluíram algo que um estudo recentemente feito em Espanha já tinha divulgado: estes meninos têm uma maior probabilidade de serem vítimas de bullying

As perturbações do espectro do autismo afectam cerca de 1% da população mundial e são cinco a dez vezes mais frequentes em rapazes do que em raparigas. São perturbações do neurodesenvolvimento, ainda que geralmente sejam detectadas apenas entre os dois e os cinco anos. Não tem cura, mas alguns sintomas podem ser tratados.

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