Itália vence campeonato equilibrado do tempo útil

Média de minutos jogados ronda os 57 na Série A. Espanha contabiliza apenas 53.

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A Premier League é maioritariamente encarada como o campeonato mais entusiasmante, a Liga espanhola tem há vários anos os dois melhores jogadores do mundo, mas é em Itália que se encontra a competição com mais tempo útil de jogo entre a elite do futebol europeu. Nas últimas sete épocas, só por uma vez a Série A foi ultrapassada neste parâmetro, tendo em 2016-17 fechado para balanço com uma média de 57 minutos por partida.

Os números do campeonato italiano, baseados em dados da Opta, são bastante consistentes — desde 2010 até ao arranque desta época nunca a média baixou dos 56 minutos. Um patamar que Espanha nunca foi capaz de atingir, com os valores a oscilarem entre os 53 e os 54, os mais baixos registados nos Big 5.

Se nos reportarmos apenas à temporada passada, constatamos um equilíbrio assinalável, com três Ligas na casa dos 56 minutos. A inglesa, porque tem mantido a média (que em 2017-18 parece ter subido) dos anos anteriores, mas também a alemã e a francesa, que registaram francas melhorias nos últimos anos. A Ligue 1 cresceu dos 53 minutos de média, em 2010, para 56, já desde 2016, enquanto a Bundesliga deu o salto mais generoso: passou de 52 minutos para 56.

Este crescimento na Alemanha não esgotou, porém, a discussão em torno do tema. E o treinador do Bayern Munique (que nas suas partidas atingiu uma média de 60,5 minutos), Jupp Heynckes, remete uma das explicações do fenómeno para o estilo de jogo: “Controlar a posse de bola conduz a um tempo útil superior. As nossas longas sequências de passes não são assim tantas vezes interrompidas”, referiu, no ano passado.

Esta perspectiva aponta no sentido de a ideia de jogo de um treinador (e consequentemente de uma equipa) ter influência directa no tempo útil de cada encontro, dependendo se defende mais o controlo das operações em posse, privilegiando a circulação, ou se opta por uma abordagem mais directa.

A própria estratégia, para diferentes contextos, acaba por contribuir para fazer oscilar os números, porque jogar preferencialmente em ataque rápido é substancialmente diferente de manobrar em ataque organizado. E, claro, o cenário agrava-se quando o recurso sistemático à falta é uma das soluções encontradas para travar a progressão do adversário. 

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