Funcionários do SEF terminam paralisação em clima de ameaças a precários

Há uma disparidade relativa aos números de adesão à greve. Para o sindicato dos trabalhadores do SEF a greve registou 70 % de adesão, para o SEF não foi além dos 18 %.

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A greve que começou esta terça-feira durou três dias patricia martins

Os funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) terminam esta quinta-feira uma greve de três dias com 70% de adesão, segundo o sindicato, que denuncia ameaças e "clima de medo e pressão" junto dos trabalhadores precários

A presidente do sindicato dos funcionários (não policiais) do SEF (Sinsef), Manuela Niza, disse à Lusa que a adesão desceu em relação ao primeiro dia de greve, justificando que estes três dias representam "um enorme esforço" para os funcionários que ganham 600 euros por mês.

Questionada pela Lusa sobre números da participação divulgados pelo SEF a rondar os 18%, a sindicalista contrapôs que a greve se saldou "por um enorme êxito de adesão" e que nunca a entidade patronal e sindicatos "estiveram de acordo quanto aos níveis de adesão".

Ainda assim, acrescentou, os números do SEF revelam que alguns serviços foram colmatados por mediadores culturais.

Os mediadores, explicou à Lusa, são funcionários contratados a entidades como Instituições Particulares de Solidariedade Social ou organizações não-governamentais para "fazerem a ligação entre imigrantes e suas comunidades e os serviços" do SEF.

"Mas como não há funcionários suficientes para assegurar todo este trabalho colocaram-se esses funcionários a fazerem tarefas que não lhes competia por contratação", explicou Manuela Niza, acrescentando que por serem na verdade funcionários, com deveres e funções como quaisquer outros, o sindicato está a tentar que sejam integrados nos quadros do SEF.

Mas na quarta-feira, disse ter sido confrontada com situações de ameaças a esses funcionários, de que teriam falta injustificada se fizessem greve, o que considerou "um atropelo aos direitos fundamentais dos trabalhadores" e à lei da greve.

Questionada sobre a reunião com o Governo já marcada para a próxima terça-feira, Manuela Niza disse que espera "que finalmente haja um sinal claro da resolução" dos problemas dos funcionários não policiais do SEF.

A sindicalista lembrou que os funcionários querem uma carreira específica para a missão que desenvolvem, e também a revisão da lei orgânica, que não os contempla, e a revisão do estatuto de pessoal.

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