Parlamento unânime no pesar por Manuel Reis e pelo polícia francês Arnaud Beltrame

Votos de condenação pelo atentado em Carcassone e de louvor pelo "heroísmo" do tenente-coronel, assim como de pesar pela morte do empresário da noite lisboeta foram aprovados por todos os deputados, que fizeram um minuto de silêncio.

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Parlamento aprovou votos de pesar LUSA/MIGUEL A. LOPES

Foi por unanimidade que os deputados aprovaram esta quinta-feira os votos de pesar pela morte do empresário da noite lisboeta Manuel Reis e do agente policial francês Arnaud Beltrame que faleceu na sequência do atentado em Carcassone, no sul de França, assim como de condenação por este ataque terrorista.

O texto sobre Manuel Reis, proposto pelo PS, salienta o seu papel como “figura ímpar da vida cultural e cívica de Lisboa e do país, criador e dinamizador de projectos que abriram os horizontes da cidade e a marcaram de forma singular”. Lembra que Manuel Reis transformou as noites de Lisboa – com a criação de espaços como o icónico Frágil, no Bairro Alto, e o Lux Frágil na zona ribeirinha de Santa Apolónia – e que a sua “visão e arrojo marcaram a recuperação do Bairro Alto”, tendo os seus espaços nocturnos se afirmado como “marcos culturais da cidade” para várias gerações. O Frágil, por exemplo, foi um “lugar de liberdade, de criação e divulgação” do trabalho de uma vasta geração de estudantes e artistas.

O caso do atentado francês teve dois votos – um apresentado pelo presidente do Parlamento em exercício, Jorge Lacão, outro pelo CDS. O primeiro lembra que no atentado em Carcassone, que fez quatro mortos, ficou também gravemente ferido um cidadão português de 26 anos filho de imigrantes em França que se encontra ainda hospitalizado em coma induzido, com uma bala alojada na cabeça. “O terrorismo é uma ameaça global que exige respostas globais e cooperativas”, defende-se no texto. “A Assembleia da República reafirma o compromisso de Portugal no combate ao terrorismo e sublinha a acção determinada e corajosa das autoridades policiais francesas, em particular do tenente-coronel Arnaud Beltrame, que perdeu a vida ao trocar de lugar com um refém”.

O CDS, porém, quis ir mais longe e além do voto de condenação e pesar pelo atentado, fez questão de apresentar um voto de louvor “pelo acto de heroísmo” do polícia francês, que é, ao mesmo tempo, um “reconhecimento público a todos os elementos das forças e serviços de segurança europeus que arriscam perder a sua vida ao serviço dos outros”.

O texto centrista fala da “bravura admirável” e do “altruísmo” de Arnaud Beltrame. “O papel extraordinário que teve a coragem de desempenhar tornou-se um exemplo singular na luta contra a ameaça do terrorismo jihadista e valeu-lhe o epíteto de Herói de Trèbes.”

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