Justiça francesa quer julgar Sarkozy no caso das escutas

Antigo Presidente francês tinha sido indiciado por corrupção e tráfico de influências, por tentar obter informação em segredo de justiça sobre outro caso em que estava implicado.

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Reuters/ANDREA COMAS

A justiça francesa quer julgar o ex-Presidente, Nicolas Sarkozy, por corrupção e tráfico de influências no chamado caso das escutas, que envolvem o seu advogado e amigo Thierry Herzog e um magistrado, Gilbert Azibert. A notícia foi avançada pela imprensa francesa e, como escreve o Le Monde, os "deveres judiciais de Sarkozy multiplicam-se".

Dias depois de ter sido detido para prestar declarações sobre o financiamento da sua campanha com dinheiro proveniente do regime líbio de Khadafi - de onde saiu com termo de identidade e residência, e acusado de corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha eleitoral e recepção de fundos estatais líbios - o antigo Presidente francês vê agora o processo do caso das escutas enviado para o Tribunal de Cassação, uma das mais altas instâncias judiciárias francesas.

Os advogados de Sarkozy garantiram que o ex-Presidente irá "fazer valer os seus direitos" e apresentaram um recurso para impedir o julgamento, cuja decisão será conhecida a 25 de Junho, diz a Reuters.

O caso tem origem em escutas de conversas que Sarkozy teve com o advogado e que foram validadas, após disputa judicial, por este tribunal. Ambos discutiram formas de obtenção de informação que, à data, estava protegida pelo segredo de justiça. Relacionava-se com outro processo em que Sarkozy estava envolvido - o do caso Bettencourt, no qual não foram encontradas provas suficientes para acusar o ex-Presidente.

Sarkozy propunha ao seu advogado promover o magistrado Gilbert Azibert, que também deverá ser julgado, para terem acesso ao processo. Tratava-se, mais uma vez, de financiamento ilegal, desta vez da campanha de 2012, através da milionária Liliane Bettencourt. 

Os Republicanos, o partido refundado por Sarkozy, mantêm que todos os casos movidos contra o ex-Presidente são politicamente motivados. "Toda esta energia é gasta em assuntos ridículos quando aquillp em que os nossos meios legais deveriam estar dedicados ao combate contra o terrorismo", queixou-se o deputado Olivier Marleix.

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