PSD pondera tirar confiança política a deputado municipal

Em causa está a escolha de Luís Osório para administrador não executivo da Casa da Música. Bloco acusa Rui Moreira de “não saber lidar com a oposição quando não tem maioria absoluta”.

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Novo CA da Casa da Música toma posse em breve Joana Goncalves

Adensa-se o mal-estar no PSD à volta do deputado municipal, Luís Osório, indicado por Rui Moreira para administrador não executivo da Casa da Música.

Manuel Abreu Amorim, militante do Núcleo Ocidental do Porto (NOP) do PSD, presidido por Luís Osório, diz que o recém-nomeado administrador não executivo da Casa da Música “não tem qualquer currículo para o lugar e também não tem condições para se manter como deputado pelo PSD pelo que o partido deve retirar-lhe a confiança política”.

Para Abreu Amorim, “Osório foi mais um que saltou para o movimento de Rui Moreira, pelo que, a partir de agora, não legitimidade para se manter como deputado pelo PSD, nem como presidente do Núcleo Ocidental do Porto, porque ele só é deputado na Assembleia Municipal do Porto porque preside ao núcleo ocidental”.

Outro militante de base do NOP, Francisco Carvalho, afirma que não pode “aceitar que alguém que fez campanha ao seu lado nas autárquicas contra Rui Moreira, de repente, aceite um lugar de nomeação política sem dizer nada ao partido. Há o mínimo de ética política”.

Na oposição o tom é idêntico. O vereador do PS na Câmara do Porto, Manuel Pizarro, não encontra “nenhuma justificação” para que o deputado do PSD tenha sido nomeado para o cargo porque não tem qualquer currículo”. “Não quero acreditar que a escolha de Rui Moreira em nome da Câmara do Porto foi baseada em critérios de arranjismo partidário que, a confirmar-se, constitui uma vergonha para a cidade”, declarou o autarca ao PÚBLICO.

Manuel Pizarro disse ainda que “enquanto vereador do PS", tem a "expectativa de que na próxima reunião do executivo Rui Moreira explique qual foi a avaliação curricular que conduziu à escolha de Luís Osório para o cargo de administrador não executivo”.

Pela voz da deputada municipal Susana Constante Pereira, o Bloco diz: “Esta nomeação é caricata, porque há uma semana houve uma assembleia municipal em que o nome de Luís Osório foi falado para o Conselho da Comunidade do Agrupamento dos Centros de Saúde Ocidental do Porto (…) e agora aparece esta nomeação para um cargo não executivo que não vai à assembleia municipal”, insurge-se.

Acusando Moreira de “não saber lidar com a oposição quando não tem maioria absoluta”, Susana Constante espera para ver “se a nomeação de Luís Osório se traduz em respostas mais favoráveis de modo a que Rui Moreira consiga ter maioria absoluta na assembleia”.

Foi entretanto conhecida mais uma escolha para a Casa da Música, cujo Conselho de Administração toma posse brevemente. A vereadora do PS na Câmara do Porto, Odete Patrício, foi convidada e aceitou para ir para o Conselho Fiscal da Fundação Casa da Música, substituindo Estela Barbot.

“Foi uma surpresa. Este convite está em linha com todo o meu trajecto”, afirmou ao PÚBLICO Odete Patrício que esteve 25 anos na Fundação de Serralves como directora-geral.

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