Mais de um terço dos ministros brasileiros vai demitir-se para concorrer às eleições

Pelo menos 11 ministros vão deixar os seus cargos, incluindo o das Finanças, Henrique Meirelles, que poderá juntar-se a Michel Temer como candidato a vice-presidente ou apresentar ele mesmo uma candidatura presidencial.

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Michel Temer e Henrique Meirelles Reuters/UESLEI MARCELINO

Mais de um terço dos ministros do Governo liderado por Michel Temer vai demitir-se na próxima semana para iniciar a campanha para os seus assentos no Congresso que estarão em jogo nas eleições gerais marcadas para Outubro. A informação foi avançada à Reuters nesta quarta-feira por assessores do Presidente.

O próprio Temer já admitiu que está a planear concorrer à presidência apesar das baixas taxas de popularidade do actual Presidente e numa altura em que a economia brasileira recupera.

Espera-se que, até terça-feira, pelo menos 11 ministros deixem os seus cargos, incluindo o das Finanças, Henrique Meirelles, que anunciou esta semana a sua filiação no Movimento Democrático Brasileiro (MBD). Meirelles pode juntar-se a Temer e candidatar-se ao cargo de vice-presidente ou poderá mesmo apresentar a sua candidatura presidencial, caso Temer não consiga reunir apoios para avançar.

Apesar de ter afirmado, quando chegou à presidência, sucedendo a Dilma Rousseff, que não planeava candidatar-se às eleições para permanecer no cargo, Temer afirmou numa entrevista à revista Isto É, durante o fim-de-semana, que seria “cobardia” se não entrasse na corrida eleitoral. O Presidente brasileiro disse ainda que Meirelles é “muito capaz” para o cargo.

De acordo com a Reuters, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou já a sua demissão na terça-feira - no meio de um surto de febre-amarela -, enquanto o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, deverá apresentá-la ainda nesta quarta-feira.

No dia 7 de Abril, deverão sair oito ministros de uma só vez: os ministros das Minas e Energia, das Comunicações, da Educação, do Turismo, do Ambiente, do Desenvolvimento Social e da Integração Nacional. Esta é a data limite que os membros do Governo têm para deixarem os seus cargos e concorrerem às eleições.

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