Cartas ao director

Dia Mundial do Teatro

 

Viva a Arte de Talma, tal a alma que os autores, encenadores, actrizes e actores exibem para os espectadores, amadores, amantes, que bastantes vezes enchem as salas para sentir, fruir, apreender os textos que lhes são apresentados com fé e convicção.

São tantas as memórias e histórias que apetece mostrar desde o mestre Gil Vicente. Sente, assim, a tragédia A Castro, admira a Alexandra Lencastre e dás-te em lembrar a Laura e o Monumental, e a Beatriz. Aproveita e diz alto o nome da Ivone, do Mário Viegas. Piegas, soltas uma lágrima pelo Solnado, pelo Santareno, pelo Miguel Rovisco, pelo Vasco Santana, também pela Mãe Coragem. Viagem até ao passado recente da Cornucópia, da Comuna, para nossa fortuna escola de tantos actores. Sem favores, há que relevar Irene Cruz, jus que bem merece, sobretudo em Oiçam como eu respiro, assim como admiro a Eunice, e quem esquece Baal, Afinal, o TEP, o TEC, do Avillez, fazem, por sua vez, um teatro excepcional, tal a Barraca, o Bando. Mando um abraço de vivo incentivo ao Nuno Lopes, ao Bruno Nogueira e queira as novas gerações de actores continuem a poder exibir o seu valor. E, sem favor, também a Maria Rueff, o FF, a Beatriz Batarda e não tarda mais gente há-de singrar, como a Mónica Calle. Não calo o prazer de ver a Marina, Maldita Cocaína, Monólogo da Vagina, e recordar também a Guida Maria.

E, neste dia, quero imaginar no final das representações os espectadores a aplaudir, oferecer flores, bradar bravos, que espero se façam sentir plenos de verdade, saídos com amor e alma, porque bem o merece a Arte de Talma.

José P. Costa, Lisboa

 

 

A cultura também é pão!

O ciclo devastador, na legislatura anterior, que viveram as Artes  - Teatro, Cinema, Bailado e por aí fora -, abandonadas com custos dramáticos, ainda não foi revertido… Como exemplo temos o "crime" de lesa património cultural - o fecho do Teatro da Cornucópia. O programa eleitoral do PS contemplava um suporte financeiro para as Artes, tendo ficado longe da concretização o prometido. A governação PS privilegia o diálogo com os agentes culturais, mas estes não comem palavras...

Urge promover as Artes e os artistas que vão entrar em Abril sem apoio, o que é grave. Mais grave ainda é termos ouvido na gala da Sociedade Portuguesa de Autores a actriz, Inês Pereira da Companhia De Teatro Artistas Unidos, denunciar a extrema precariedade: "A mesma situação de miséria que se instalou no quadriénio anterior"’. Esta afirmação faz parte dum comunicado/protesto subscrito em menos de um dia por 650 actores. Ainda ali, a premiada Rita Cabaço disse: ‘’É desconsolador e perigoso a desconsideração que é dada à comunidade artística’’.

O patamar de financiamento para os programas de apoio sustentado ainda está longe do montante que foi atribuído em 2009. Enquanto o Ministério das Finanças tem toda a preponderância, o Ministério da Cultura é pouco mais que adorno…

Sem Cultura vivem os bichos e um Povo culto é um perigo!… A Cultura é o pão do espírito.

Vítor Colaço Santos, Areias

Sugerir correcção
Comentar