Marvia Malik é a primeira pivot transexual do Paquistão

Segundo a Naz, uma ONG, muitos elementos da comunidade transexual são forçados a prostituir-se e a mendigar depois de serem desprezados pelas famílias e por não terem acesso a oportunidades de emprego.

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Marvia Malik, uma jornalista de 21 anos, tornou-se a primeira pivot transexual do Paquistão no final da semana passada, depois de aparecer no telejornal do canal Kohenoor News.

Depois de a notícia se ter tornado viral no Facebook e no Twitter, a jovem afirmou estar satisfeita com a atenção que recebeu, mas insiste que é preciso fazer mais para ajudar a comunidade transexual do seu país. Licenciada em jornalismo pela Universidade do Punjab, Malik contou à CNN que se candidatou para o cargo porque queria provar que as pessoas da comunidade transexual "são capazes de exercer qualquer trabalho e podem fazer o que quiserem". "Quero mostrar ao país que somos mais do que objectos ridículos... Que também somos seres humanos", acrescentou.

De acordo com o censo mais recente do Paquistão, em 2017, há cerca de dez mil pessoas que se identificam como transexuais em 200 milhões de habitantes. Segundo a Naz, uma organização não-governamental que presta assistência médica à comunidade LGBT no Paquistão, muitos elementos da comunidade transexual são forçados a prostituir-se e a mendigar depois de serem desprezados pelas famílias e por não terem acesso a oportunidades de emprego.

"Eu quero que a próxima geração de jovens transexuais olhe para mim como uma inspiração. Espero que eles possam ser aceites e que tenham mais oportunidades", disse Malik. "Não vamos discriminar. Todo o mundo tem sonhos, todo o mundo tem metas e muito desse talento é desperdiçado graças aos preconceitos da sociedade", explicou à CNN Bilal Ashraf, director de notícias da Kohinoor News, justificando assim a contratação.

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