Nas 12 temporadas que leva na Fórmula 1 (F1), Lewis Hamilton já conquistou por sete vezes a pole position para o Grande Prémio (GP) da Austrália, mas apenas por duas ocasiões festejou vitórias, em 2008 e 2012. Ontem, voltou a falhar o objectivo, depois de ter sido claramente o piloto mais rápido nos treinos e na qualificação para a prova de abertura do Mundial. Tal como na temporada passada, o alemão Sebastian Vettel voltou a superar o campeão britânico e, desta vez, com especiais requintes de malvadez.

Tudo corria na perfeição para Hamilton no circuito de Albert Park, quando um golpe de teatro lhe retirou um triunfo que parecia certo. Depois de comandar confortavelmente a primeira metade da corrida, não conseguiu reagir a uma jogada de mestre de Vettel e da Ferrari.

E tudo com preciosos “contributos” dos dois pilotos da Haas (equipada com motores Ferrari), que tiveram problemas mecânicos e pararam na pista obrigando à entrada em cena do safety car virtual. Hamilton foi obrigado a abrandar, perdendo a vantagem que alcançara até então e Vettel vislumbrou uma oportunidade de ouro para superar o seu adversário.

Aproveitando o momento para ir às boxes trocar de pneus, o alemão regressou à pista à frente do inglês, que demorou a perceber o que estava a acontecer. Entre o espanto e a frustração, procurou respostas da retirou um triunfo que parecia certo. Depois de comandar confortavelmente a primeira metade da corrida, não conseguiu reagir a uma jogada de mestre de Vettel e da Ferrari. Entre o espanto e a frustração, procurou respostas da sua equipa, via rádio: “Não me avisaram que o Sebastian tinha entrado na box? Cometi algum erro?” A explicação veio mais tarde. 

A responsabilidade terá sido de uma falha informática, segundo informou o director da Mercedes. “Estava tudo controlado”, garantiu Toto Wolf, mas o software baralhou as contas e a equipa só se apercebeu disso “de repente”, não permitindo uma reacção atempada. “O Lewis não fez nada de mal”, salientou: “Foi um ‘bug’ do software ou de um algoritmo errado.”

Hamilton não deu imediatamente a corrida como perdida, procurou reagir nas voltas que restavam, mas voltou a ser infeliz, talvez pela inesperada pressão. A dez voltas do final, numa altura em que prometia recuperar a liderança, cometeu um erro de travagem e deitou tudo a perder.

“Fiz tudo o que podia e ainda não acredito porque também ainda não percebi bem o que aconteceu”, admitiu no final, apesar de assumir que a Ferrari teve um comportamento bem diferente na corrida daquele que tinha protagonizado nos dias anteriores, totalmente dominados pela estrela da Mercedes. “Eles foram muito rápidos (…) Sei que a nossa equipa está ferida neste momento, mas vamos recuperar”, prometeu.

Já Vettel assumiu ter sido feliz naquela que foi a sua terceira vitória na Austrália. “Tivemos um pouco de sorte com o timing do safety car”, concluiu, salientando que na temporada passada aconteceu o inverso em algumas corridas: “Quando saí na frente [das boxes] sabia que seria difícil ele [Hamilton] passar-me. Com os pneus macios senti-me melhor e consegui controlar as coisas enquanto Lewis fez tudo o que pôde para manter a pressão. Ele nunca chegou a estar perto o sufi ciente para tentar [recuperar o primeiro posto] e esta não é a pista mais fácil para ultrapassar.”

Tal como no ano passado, a temporada arrancou da melhor forma para o tetracampeão mundial alemão (2010, 2011, 2012 e 2013), que somou também a 48.ª vitória da sua carreira, subindo pela 100.ª vez ao um pódio de F1. Dentro de duas semanas, no circuito do Bahrein (8 de Abril), terá nova oportunidade para provar que pode contrariar o favoritismo de Hamilton em 2018. 

O próximo Grande Prémio realiza-se no Bahrein, a 8 de Abril.

Classificações

GP da Austrália

1. Sebastian Vettel (Ferrari), 1h29m33.283s
2. Lewis Hamilton (Mercedes), a 5.036s
3. Kimi Raikkonen (Ferrari),  a 6.309s
4. Daniel Ricciardo (Red Bull/Renault), a 7.069s
5. Fernando Alonso (McLaren/Renault), a 27.886s
6. Max Verstappen (Red Bull/Renault), a 28.945s
7. Nico Hulkenberg (Renault), a 32.671s
8. Valtteri Bottas (Mercedes), a 34.339s
9. Stoffel Vandoorne (McLaren/Renault), a 34.921s
10. Carlos Sainz (Renault), a 45.722s
11. Sergio Perez (Force India/Mercedes), a 46.817s
12. Esteban Ocon (Force India/Mercedes), a 1m00.278s
13. Charles Leclerc (Sauber/Ferrari), a 1m15.759s
14. Lance Stroll (Williams/Mercedes), a 1m18.288s
15. Brendon Hartley (Toro Rosso/Honda), a 1 volta

Mundial de pilotos

1. Sebastian Vettel     25
2. Lewis Hamilton     18
3. Kimi Raikkonen     15
4. Daniel Ricciardo    12
5. Fernando Alonso    10
6. Max Verstappen     8
7. Nico Hulkenberg    6
8. Valtteri Bottas        4
9. Stoffel Vandoorne  2
10. Carlos Sainz   1

Mundial de construtores

1. Ferrari   40
2. Mercedes        22
3. Red Bull/Renault   20
4. McLaren/Renault   12
5. Renault   7