Morreu o polícia francês que se ofereceu para ser trocado por uma refém

Arnaud Beltrame, 45 anos, não resistiu aos ferimentos resultantes do acto terrorista desta sexta-feira em Trèbes. A sua actuação ajudou a pôr fim ao sequestro em que Redouane Lakdim manteve cativos clientes e funcionários de um supermercado. Com a morte de Beltrane, são quatro as vítimas do atentado terrorista.

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Beltrame “morreu como um herói”, sendo merecedor da “admiração da nação inteira”, disse o Presidente francês Emmanuel Macron Ministério do Interior francês

O oficial da polícia que se ofereceu para trocar de lugar com uma refém, ajudando dessa forma a pôr fim ao acto terrorista desta sexta-feira num supermercado francês, não resistiu aos ferimentos. Arnaud Beltrame, 45 anos, é a quarta vítima dos actos de Redouane Lakdim, 25 anos, cidadão francês de origem marroquina que exigia a libertação de Salah Abdeslam, um dos responsáveis pelos ataques terroristas de Paris, em Novembro de 2015. O atentado foi reivindicado pelo Daesh.

O atirador, que roubara um carro em Carcassone, no Sul de França, matando um dos passageiros e ferindo o condutor, invadiu depois um supermercado na vila de Trèbes. “Sou um soldado do Daesh”, gritou. Matou um cliente e um funcionário e reteve outras pessoas como reféns (a noticiada morte de um cidadão português seria desmentida mais tarde). A polícia conseguiu que algumas escapassem. Redouane Lakdim usou então uma mulher como escudo humano que o protegesse da intervenção das forças de segurança.

Foi naquele momento que o tenente-coronel Arnaud Beltrame se ofereceu para trocar de lugar com a refém, o que acabou por fazer. Antes, porém, deixou o seu telemóvel numa mesa com uma chamada em linha, de forma a que os companheiros no exterior pudessem acompanhar o que se passava no supermercado. O terrorista foi morto na intervenção policial que se seguiu e Beltrame foi transportado para o hospital, gravemente ferido. O ministro do Interior francês, Gérard Collomb, anunciou neste sábado a morte do agente policial. “O tenente-coronel Arnaud Beltrame deixou-nos. Morreu pela pátria. Nunca a França esquecerá o seu heroísmo, a sua bravura, o seu sacrifício”, escreveu o ministro na sua conta no Twitter.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, elogiara sexta-feira o polícia que “salvou vidas e honrou a sua profissão e o nosso país”. Após a morte, afirmou que Beltrame “morreu como um herói”, sendo merecedor da “admiração da nação inteira”.

Redouane Lakdim estava referenciado pelas autoridades francesas pela sua radicalização, com ligações ao extremismo islamista. Porém, as investigações dos serviços de espionagem não indicavam que preparasse qualquer acto terrorista. Tinha sido declarado culpado por posse de arma proibida, em 2011, e condenado, quatro anos depois, por consumo de estupefacientes.

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