Um ano depois das obras, já morreram 55 árvores no Eixo Central

Câmara garante que vai substituir todas as árvores por exemplares da mesma espécie e que a obra ainda está dentro da garantia.

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Miguel Manso
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Pouco mais de um ano depois de concluídas as obras entre o Marquês de Pombal e Entrecampos, 55 árvores plantadas ao longo desse eixo já morreram e vão ser substituídas.

É no separador central da Avenida Fontes Pereira de Melo que mais salta à vista o desaparecimento de árvores nos últimos tempos. Ali foram colocados cerca de 70 jacarandás, mas agora já não há vestígio de muitos, sobrando apenas os paus que sustentavam os jovens troncos.

Questionada, a câmara de Lisboa diz que algumas árvores “apresentavam sinais de doença” e outras “estavam secas”. A este propósito, o gabinete de comunicação da autarquia lembra que, durante o Verão passado, devido à seca, “diversas juntas de freguesia da cidade reduziram substancialmente o número de regas”.

A manutenção das árvores das avenidas Fontes Pereira de Melo e da República, bem como das praças Duque de Saldanha e Picoas, esteve até há pouco tempo nas mãos de quatro juntas diferentes, mas a câmara decidiu voltar a chamar a si essa competência. Com tanta gente envolvida, era “um pouco impraticável a limpeza e manutenção do separador central”, justificou Fernando Medina.

De acordo com o município, durante a empreitada de requalificação foram plantadas 741 novas árvores: na Avenida Fontes Pereira de Melo foram 192, no Saldanha 69, as restantes na Avenida da República. Apesar deste acréscimo, o abate de choupos com várias décadas na Fontes Pereira de Melo e a remoção de tipuanas no Saldanha – que a câmara prometera inicialmente salvar – foram acções contestadas por activistas e cidadãos, que não compreenderam a necessidade de matar árvores veteranas para colocar novas.

A autarquia não esclareceu o PÚBLICO sobre quantas árvores morreram em cada sítio nem quais as espécies, mas garantiu que as 55 árvores mortas vão ser todas substituídas – e por exemplares da mesma espécie. Estes trabalhos “estão a ser realizados no âmbito da garantia de obra”, acrescentou a câmara, pelo que não representam um encargo adicional para as contas municipais.

As obras no chamado Eixo Central terminaram no início de 2017. Foi nesse momento que tanto a Fontes Pereira de Melo como a Avenida da República ganharam separadores centrais arborizados. A intervenção incluiu também o reordenamento do trânsito e do estacionamento em ambas as avenidas, assim como o aumento das zonas pedonais e cicláveis. O investimento foi de 7,5 milhões de euros.

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