Ibrahimovic: uma escala em LA a caminho da Rússia?

Estrela sueca aceita corte profundo no salário para jogar na americana MLS. Na sua mira estará o regresso à selecção que abandonou em 2016.

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Ibrahimovic quer voltar a brilhar, agora na América LUSA/PETER POWELL

O maior futebolista sueco de todos os tempos ainda sonha com o Mundial da Rússia. Aos 36 anos e depois de uma grave lesão no joelho que lhe traçou o destino no Manchester United, Zlatan Ibrahimovic anunciou uma nova fase (ou a derradeira) na sua carreira. Os LA Galaxy e a norte-americana MLS vão servir de palco para o regresso da estrela, que aceitou uma drástica redução salarial para atravessar o Atlântico, voltar a jogar regularmente e a tempo de regressar à selecção que abandonou em 2016.

“Se eu quiser, estarei lá [Rússia]”, anunciou o avançado que não é conhecido pela modéstia. “Têm-me telefonado [da Suécia] todos os dias a perguntar como me sinto, o que quero, o que estou a pensar, qual é a situação. Mas tenho de dar um passo de cada vez”, explicou em declarações ao site oficial da MLS, garantindo que “a porta está sempre aberta”.

Mas este é um assunto que divide os suecos e definitivamente não deixa particularmente rejubilante o seleccionador Janne Andersson. “Isso não muda nada para mim”, garantiu o técnico quando anunciou os convocados para o jogo particular deste sábado frente ao Chile (derrota por 2-1). E, já anteriormente, tinha refreado os ânimos dos fãs de Zlatan: “Temos de falar dos jogadores que estão. Quando o Ibrahimovic esteve connosco, jogávamos um estilo de futebol diferente. É um grande jogador, mas estamos a adaptados a jogar sem ele.”

O grande ego de Zlatan e a sua proverbial arrogância, não estarão a reforçar a candidatura do avançado a um bilhete para a Rússia. Depois de 116 partidas pela Suécia (onde se estreou a 31 de Janeiro de 2001) e 62 golos apontados, Ibrahimovic anunciou que abandonava a selecção no rescaldo do fracasso da participação dos nórdicos no Euro 2016, que se ficou pela fase de grupos, com duas derrotas, um empate e apenas um golo apontado.

Nos 15 anos em que foi intocável na equipa, contribuiu para dois apuramentos para Mundiais, em 2002 e 2006, atingindo em ambos os oitavos-de-final, mas falharia as fases finais de 2010 e 2014 (quando foi afastada do play-off de acesso por Portugal). Nos Europeus o balanço também não é brilhante, com três eliminações logo na fase de grupos em 2008, 2012 e 2016, chegando aos quartos-de-final em 2004, quando Portugal foi anfitrião da competição da UEFA.

Já sem Ibrahimovic, a Suécia conseguiu apurar-se para o Mundial deste ano, depois de ter surpreendentemente afastado a Itália no play-off. O êxito fez Zlatan repensar a sua decisão. Logo após ter sido confirmada a qualificação, escreveu na sua conta no Twitter “We are Zweden” (“Somos Zuécia”). Pouco tempo depois, em entrevista à Sky Sports, confessou que “seria muito divertido estar na Rússia”.

Mas não é apenas o seleccionador que tem reservas em recuperar para a equipa nacional aquela que foi a sua maior estrela. Ainda esta semana, o comentador da televisão pública SVT Daniel Nannskog reforçou esta opinião: “A parte problemática é que agora temos uma equipa nacional que está a lutar solidariamente e que jogou uma fantástica fase de apuramento.”

Depois de ter brilhado em grandes equipas como o Ajax, Inter de Milão, Barcelona, AC Milan, PSG e Manchester United (sem nunca ter vencido uma Liga dos Campeões), Ibrahimovic aceitou baixar em mais de 90% o seu salário para rumar ao LA Galaxy. A aposta é jogar (o que não faz desde Dezembro do ano passado), recuperar o seu estatuto de goleador e convencer todos que o seu destino passa pela Rússia no Verão.

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