Dropbox estreia-se em Wall Street em clima de euforia

Preço por acção subiu 38% nas primeiras horas de negociação no NASDAQ. Uma estreia em força que combate o ambiente cabisbaixo da semana após o escândalo que afectou o Facebook.

Fotogaleria
Reuters/LUCAS JACKSON
Os co-fundadores da Dropbox, Ferdowsi e Houston, na oferta inicial pública no mercado da Nasdaq, em Nova Iorque
Fotogaleria
Os co-fundadores da Dropbox, Ferdowsi e Houston, na oferta inicial pública no mercado da Nasdaq, em Nova Iorque Reuters/LUCAS JACKSON
Fotogaleria
Reuters/LUCAS JACKSON
Fotogaleria
Reuters/LUCAS JACKSON

O valor das acções da Dropbox Inc, que entrou nesta sexta-feira na bolsa de Nova Iorque, aumentou cerca de 40% depois da estreia em Wall Street, face ao preço por acção inicialmente fixado.

Os investidores lançaram-se numa corrida às acções desta tecnológica que vende serviços de armazenamento em cloud e outros serviços associados. Sendo uma das entradas em bolsa mais aguardadas do ano, a estreia da empresa sediada em São Francisco no NASDAQ (o índice das tecnológicas em Wall Street) foi rodeada por uma euforia só comparável ao que sucedeu quando o Snapchat entrou na bolsa, em Março de 2017.

A cotação inicial das fixou-se nos 29 dólares por acção (cerca de 23,50 euros ao câmbio actual) e subiu até aos 31 dólares, colocando o valor bolsista da empresa nos 12.670 milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros).

“A Dropbox entra em bolsa no momento certo. [A empresa] Tem uma história atractiva para justificar a sua necessidade de financiamento e as dinâmicas de mercado estão boas”, diz Josh Lerner, professor de investimento bancário na Escola de Economia de Harvard, citado pela Reuters. “Mas ao mesmo tempo o ambiente também é competitivo”, salienta.

Apesar de competir com gigantes da tecnologia como a Alphabet Inc (proprietária do Google), Microsoft ou Amazon, a Dropbox conseguiu um crescimento rápido do seu negócio, margens de lucro elevadas, uma alta taxa de retenção de clientes e serviços de vendas e marketing eficientes, como destacava Lee Hower, antigo investidor na PayPal e no LinkedIn, numa análise publicada um mês antes da entrada em bolsa por parte da Dropbox Inc., que foi fundada há 11 anos por dois estudantes do conceituado Massachusetts Institute of Technology.

As contas de 2017 mostram que a empresa teve 1100 milhões de receitas, um crescimento de 35% desde 2015 na facturação e a margem bruta (indicador da rentabilidade das vendas) foi de 67%. Indicadores que deram confiança aos investidores apesar do facto de a empresa não ser ainda rentável numa base EBITDA (ganhos antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações).

No prospecto da oferta pública inicial de acções (IPO em inglês), a empresa declarou que tem mais de 500 milhões de utilizadores, em mais de 180 países e que o número de subscritores suplantou os 11 milhões – o que mostra que a maioria dos clientes usa a versão gratuita. E significa que o grande desafio da empresa, cuja taxa de crescimento tem vindo a diminuir, é encontrar estratégias para converter utilizadores gratuitos em assinantes.

Cada acção foi valorizada em 21 dólares (cerca de 17,02 euros) na véspera do IPO, um dólar acima das projecções devido à elevada procura. “Estamos entusiasmados por ver que os mercados estão receptivos a uma IPO tecnológica”, disse Michael Carvin, presidente executivo da empresa de tecnologia para finanças pessoais SmartAsset, citado pela Reuters.

A estreia da Dropbox em Wall Street chega um mês depois de a empresa ter anunciado, em Fevereiro, que ia abrir o seu capital a investidores.

Agora, o mercado já olha para o Spotify, a próxima tecnológica nascida no ambiente de startups, cuja entrada em bolsa está agendada para 3 de Abril. E agradece à Dropbox Inc este clima de euforia que também serviu para inverter o ambiente no sector dos investimentos tecnológicos, que andou cabisbaixo durante a semana devido ao escândalo envolvendo o Facebook, cuja valorização bolsista reflectiu a quebra de confiança que afectou esta rede social depois do uso abusivo de milhões de dados pessoais de utilizadores no caso Cambridge Analytica.

Sugerir correcção
Comentar