Santa Casa não vai comprar a totalidade dos 2% a alienar no Montepio

Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa, confirma que o negócio vai mesmo avançar.

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Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa Nuno Ferreira Santos

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai mesmo avançar para a compra de uma parte dos 2% do capital que o Montepio vai alienar, em conjunto com outras misericórdias e IPSS. Esses 2% correspondem a um valor entre os 30 e 40 milhões de euros, confirma o provedor da instituição, Edmundo Martinho. Em entrevista ao DN e à TSF, Edmundo Martinho garante que o objectivo não é comprar a totalidade dos 2% alienados pelo Montepio e que os projectos previstos para a cidade de Lisboa não estão em risco.

Edmundo Martinho diz que se trata de uma “participação simbólica” (como o PÚBLICO já tinha avançado) que representa o empenho da Santa Casa na mutualista e permite ter dois representantes não executivos da instituição nos órgãos sociais da Caixa Económica Montepio Geral. No caso, os dois representantes são o próprio Edmundo Martinho e Manuel Ferreira Teixeira, antigo secretário de Estado da Saúde. O presidente da Mesa da Assembleia Geral será também escolhido pela Santa Casa e o nome já é conhecido: António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, avança a TSF.

"Estamos a falar de uma percentagem que andará nos 3 ou 4% no máximo dos activos da Santa Casa, o que significa dizer que é muito seguro do ponto de vista do investimento, que não põe em causa nenhum dos investimentos avultadíssimos que temos previstos para Lisboa", garantiu o provedor. Entre esses investimentos está o projecto de apoio social a idosos, a ser desenvolvido em parceria com a Câmara de Lisboa, com um orçamento global de 140 milhões de euros.

Edmundo Martinho diz que a entrada no banco é um “investimento” e critica que se tenha especulado tanto acerca de valores (foi o próprio provedor que referiu numa entrevista ao PÚBLICO que "o limiar máximo do investimento não ultrapassará os 200 milhões de euros"). Salientou os laços “afectivos” e os benefícios de uma “capacidade acrescida de intervir” na mutualista, deixando claro que não se trata de um subsídio, nem de um apoio: “É um investimento e é nessa lógica que vamos avançar”, disse o provedor da instituição ao DN.

Agora, a Santa Casa precisa do aval do Banco de Portugal, que já se tinha mostrado favorável à diversificação accionista, para avançar com o negócio.

Título alterado às 9h56 de 26 de Março de 2018

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