Programa Nacional para a Diabetes sem director desde o início do ano

Sociedade Portuguesa de Diabetologia lança o alerta e avisa que inexistência de director está a fazer-se sentir nos programas regionais de tratamento, diagnóstico e prevenção.

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MANUEL ROBERTO

Desde 1 de Janeiro que o Programa Nacional para a Diabetes está sem director, alerta a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD). A associação avisa num comunicado, enviado nesta sexta-feira, que “há várias regiões do país que se estão a ressentir nos seus programas de tratamento, diagnóstico e prevenção”.

Em declarações à TSF, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, assegurou que situação será resolvida em breve.

“O Plano Nacional para a Diabetes, que foi assumido pelo Governo como prioritário, está assim a ser deixado para trás, em modo de autogestão e os doentes é que sofrem as consequências”, destaca o médico Rui Duarte, presidente da SPD. 

Contactado pelo PÚBLICO, o médico detalha que os coordenadores regionais no terreno "precisam de um interlocutor". E elenca várias questões que não têm tido desenvolvimento na sequência da ausência de um responsável a nível nacional. Nomeadamente, a lista de espera de adultos com diabetes para a distribuição de bombas de insulina, a actualização da lista de jovens e crianças diabéticos e a continuidade do programa de prevenção. 

Os efeitos da ausência de direcção a nível nacional notam-se uma vez que "nem todas as Unidades Coordenadoras Funcionais de Diabetes estão a andar à mesma velocidade no que toca às estratégias de tratamento/acompanhamento das pessoas com diabetes". Por exemplo, "os rastreios de retinopatia diabética não estão organizados a nível nacional de forma eficaz, o que se reflecte na forma como esta doença é tratada e gerida no SNS [Serviço Nacional de Saúde]", lê-se no comunicado da SPD.

A última responsável pelo programa foi a endocrinologista Cristina Valadas que confirmou ao PÚBLICO ter apresentado a sua demissão no final do ano. Sobre a inexistência de um director diz que "é um programa importante e faz falta”, mas que “os tempos são os da Direcção-Geral de Saúde". 

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