Rio quer "pressionar o Governo a fazer direito o que até agora fez torto”

Líder do PSD vai visitar a zona Centro do país afectada pelos incêndios na próxima segunda-feira.

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Lusa / Paulo Novais

O líder do PSD Rui Rio defende que, perante o relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre os incêndios de Outubro, o que a oposição pode fazer “é pressionar o Governo a fazer direito o que até agora fez torto”.

Em conferência de imprensa no Porto, Rui Rio aludiu a diversas conclusões do relatório da CTI ao lembrar que “as populações foram deixadas ao abandono” e que “pior, ainda não foram disponibilizados os meios solicitados”. Mas o líder social-democrata disse não querer fazer “demagogia” sobre o assunto e procurou justificar a sua posição crítica. “Não critico o Governo por tudo e por nada e até o apoio em algumas matérias”, disse, sublinhando no entanto que “este é um ponto muito sério, morreu muita gente”.

Rui Rio considerou que “mais importante do que apurar responsabilidades” é “pressionar o Governo” para “conseguir que as coisas não se voltem a repetir”. Na próxima segunda-feira, o líder do PSD vai visitar uma das zonas afectadas pelos incêndios, acompanhado por deputados. Tal como já tinha sido anunciado, a bancada do PSD vai pedir para ouvir a CTI, o antigo responsável da Autoridade Nacional da Protecção Civil, as associações das vítimas e o ministro da Administração Interna. Com estas iniciativas, Rio considera que o PSD "fica em condições de perceber bem a realidade" e que ao ficar "melhor informado" pode contribuir para que a situação não se volte a repetir. 

Questionado sobre se o Governo está preparado para o próximo Verão, Rui Rio mostrou ter dúvidas mas disse que, “como português acredito que alguma coisa vai ser feita para que não se repita outra calamidade deste tamanho”.

Quanto à limpeza dos terrenos promovida pelo Governo este sábado, Rui Rio considerou que a acção “tem mérito” mas que “perante um relatório que responsabiliza o Governo, o Governo faz uma acção de marketing”.

Rui Rio defendeu ainda que se deve apurar se há responsabilidades criminais. “Se há ou não, não sei. Sou muito exigente na diferenciação entre responsabilidades políticas e criminais”, afirmou.

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