Culturgest quase a completar 25 anos

O trabalho de Mark Deputter à frente da Fundação Caixa Geral de Depósitos só será mais visível a partir de Outubro, com "um novo visual e um programa festivo para celebrar o 25.º aniversário da Culturgest".

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Mark Deputter Nuno Ferreira Santos

Uma nova retrospectiva dedicada a Michael Biberstein, a estreia de uma peça de Os Possessos e o fim de dois ciclos de jazz sobressaem na programação da Culturgest, até Setembro, em Lisboa, antes da celebração dos 25 anos.

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Uma nova retrospectiva dedicada a Michael Biberstein, a estreia de uma peça de Os Possessos e o fim de dois ciclos de jazz sobressaem na programação da Culturgest, até Setembro, em Lisboa, antes da celebração dos 25 anos.

Segundo a programação de Abril a Setembro, esta sexta-feira anunciada, chegam ao fim os ciclos "Isto é Jazz?" e "Jazz +351", programados desde 2008 por Pedro Costa, e mantém-se o apoio aos festivais IndieLisboa e Alkantara — e no Outono o DocLisboa —, "pelo seu impacto junto do público", e pelo "papel insubstituível na internacionalização do tecido artístico português", afirma o novo director artístico da Culturgest, Mark Deputter.

O trabalho de Mark Deputter à frente da Fundação Caixa Geral de Depósitos só será mais visível a partir de Outubro, com "um novo visual e um programa festivo para celebrar o 25.º aniversário da Culturgest".

Até lá cumpre-se ainda a programação pensada pelo seu antecessor, Miguel Lobo Antunes, com teatro, cinema, dança, exposições e música, sobretudo jazz.

No teatro destacam-se a estreia em Abril da peça sim sim não não, criação colectiva de Maria Duarte, Sílvia Figueiredo e João Rodrigues, a partir de um programa televisivo de John Berger e Susan Sontag, nos anos 1980, e, em Junho, outra criação colectiva portuguesa, intitulada O novo mundo, pelo grupo Os Possessos, fundado em 2013.

Com curadoria de Delfim Sardo, a Culturgest acolherá em Maio, no mês da feira ARCOlisboa, uma retrospectiva dedicada ao artista suíço-americano Michael Biberstein, que viveu mais de três décadas em Portugal, onde morreu em 2013. A última retrospectiva tinha acontecido em 1995, na Gulbenkian.

Na Culturgest Porto estará patente uma exposição, de Junho a Setembro, de João Penalva.

Na dança, em Maio, Vera Mantero apresenta As práticas propiciatórias dos acontecimentos futuros, no âmbito do Festival Alkantara, e Cristina Planas Leitão interpreta o solo UM [unimal]. No mesmo festival, o coreógrafo Bruno Beltrão mostra em Lisboa Inoah.

Os últimos concertos de jazz programados por Pedro Costa serão da cantora Lucia Cadotsch, do saxofonista Jonah Parzen-Johnson, do baterista Gabriel Ferrandini, em quarteto, e da cantora Sofia Jernberg, com o pianista Alexander Hawkins.

Apesar do fim daqueles dois ciclos, Mark Deputter garante: "O jazz continuará a ter um lugar de relevo na nossa programação".

Até Setembro, a Culturgest acolherá ainda a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direcção de Marcos Magalhães, o Ensemble Darcos, com Nuno Côrte-Real, e uma conferência do historiador israelita Ilan Pappe, fundador e director do Centro Europeu de Estudos Palestinianos da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha.

A Culturgest foi fundada em 1993 e funciona no edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa, com uma programação cultural transversal a várias artes.

Mark Deputter, belga de 57 anos, foi escolhido como director artístico da Culturgest no Outono passado, depois de ter dirigido, durante quase uma década, o Teatro Municipal Maria Matos.