Tão longe, tão perto: a terra

Sair do planeta como quem sai de casa e olha para trás. Will Smith e Darren Aronofsky exploram a História da Terra com a ajuda de quem a viu bem de longe.

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D.R.
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Olhar para a terra, uma estranha rocha que alberga toda vida conhecida do universo, não como um lugar conhecido, mas sim como o local onde todos os mistérios acontecem. Eis o leitmotiv para a nova série da National Geographic, One Strange Rock. Qual a origem da vida? E do planeta? Como é produzido o oxigénio? São apenas algumas das questões que nos assaltam e que estarão em foco. Com cerca de 4,54 biliões de anos, o planeta Terra continua a ser motivo para muitas reflexões e palco de fenómenos estranhos.

Quem não se lembra, ao ver A Odisseia no Espaço, de Kubrick, da sensação de brutal solidão e de uma vizinhança com uma espécie de deus ou de um minúsculo grão de poeira espacial. Não são porém os olhos de um qualquer deus que o National Geographic Channel interroga, mas sim o discurso na primeira pessoa de 8 astronautas que nos irão guiar ao longo dos 10 episódios desta série na descoberta dos segredos do nosso planeta que se abriram, num vislumbre, a estes homens, de certo modo, extra-terrestres. A analogia de sair de casa e olhar para trás, e ver ao longe uma casa do tamanho de uma unha, serve apenas até um certo ponto. Pois estar fora da terra é não só uma vivência perturbadora para quem a vive como esteve apenas ao alcance de cerca de 500 pessoas até à data.

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O conceituado realizador Darren Aronofsky regressa assim aos bastidores da televisão agora enquanto produtor executivo de One Strange Rock. Já a Will Smith caberá o papel de mestre de cerimónias na série da National Geography que retrata, documentalmente, a história do planeta azul desde a sua origem com a ajuda de um olhar especial, ou melhor dizendo, espacial. A partir do espaço, alguns dos mais famosos astronautas – entre eles, Chris Hadfield, Jeff Hoffman e Mike Massimino – partilham a sua visão da Terra e das experiências quotidianas ao longo de várias semanas em missão no espaço sideral, contribuindo com uma perspectiva diferente para esta narrativa reveladora sobre o nosso próprio planeta.

O primeiro episódio da série One Strange Rock, que irá ser transmitido no National Geographic Channel no próximo Domingo, vai naturalmente começar por falar-nos de respiração. Uma Lufada de ar fresco. Imagine-se numa espécie de escafandro espacial, ligado por tubos ou com uma garrafa de oxigénio com tempo limitado para respirar, e tente pensar como a Terra respira. O primeiro episódio da série, Lufada, propõe contemplar a estranha possibilidade de vida neste planeta e não nos demais. Como se cria e é regulado o oxigénio? Como compreender a existência de um rio voador ou de uma tempestade de pó global? Sentir a imponência inefável de um glaciar a colapsar e até descobrir a criatura mais importante e singular, de que nunca ouvimos falar. Estes elementos heterogéneos compõem a estranha montagem que tudo liga, conspirando para permitir que o planeta respire.

Jogando com as diferenças de escalas, a série televisiva apresenta imagens inéditas da beleza dos fenómenos e das paisagens naturais do planeta Terra, desde o solo, como os desertos da Etiópia ou as chuvas tropicais da Amazónia, bem como a partir do espaço. Além disso, a equipa de Aronofksy recorre ainda a tecnologia avançada para produzir imagens geradas por computador, ou seja, animações ilustrativas dos processos descritos.

A cada episódio, um novo segredo será desvendado, explorando uma temática relacionada com a história do planeta, desde a origem da vida, aos escudos magnéticos e atmosféricos que protegem a terra-mãe das radiações solares, passando ainda pelo modo como os habitantes do planeta têm moldado a sua superfície. A narração de Will Smith e o seu habitual tom humorístico, tal como a aproximação cinematográfica de Aronofsky, elevam a série televisiva a outras dimensões, nomeadamente à da literacia científica.

Às 22:30 de cada Domingo, embarque nesta emissão especial: para o infinito e mais além.