Adesão à greve dos enfermeiros nos 64%

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses ainda só tem dados do turno da manhã. Paralisação termina às 23h59 desta sexta-feira.

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Adriano Miranda

Os dados disponíveis referem-se apenas ao turno da manhã que vai até às 16h. Nesta quinta-feira a adesão à greve estava nos 64%, adiantou ao PÚBLICO Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Este foi o primeiro de dois dias da paralisação que termina às 23h59 desta sexta-feira.

A adesão apurada pelo sindicato está abaixo de valores de paralisações de outros anos. Apesar de reconhecer que gostaria "que fosse 100%", Guadalupe Simões considerou, ainda assim, que este é "um excelente resultado". "A greve são dois dias e as pessoas acabam por fazer opções", disse, já que há profissionais que podem ter optado por aderir à contestação apenas num dos dias.

Os impactos da greve fizeram-se sentir de forma diferente nos serviços e no país. Os mais afectados, adiantou a dirigente, "foram as cirurgias e as consultas externas". Num dos balanços feitos ao longo do dia, o presidente do SEP, José Carlos Martins, disse que, por exemplo, no Hospital de São José, em Lisboa, os blocos operatórios só fizeram serviços urgentes, tal como no Hospital Santa Maria.

Operações por realizar

No Algarve, segundo o sindicato, não se realizaram cirurgias programadas, enquanto no Hospital de São João, no Porto, houve dezenas de operações e consultas que também não se realizaram.

São as questões relacionadas com a carreira, como o descongelamento das progressões com a contagem dos pontos devidos aos enfermeiros, e a contratação de mais profissionais que estão no topo da lista das reivindicações destes profissionais. O sindicato defende a “contratação imediata de 500 enfermeiros e de mais mil em Maio”, além do pagamento das horas em dívida.

Esta quinta-feira foi publicado no Boletim do Trabalho e do Emprego a alteração do horário semanal para os enfermeiros com contrato individual de trabalho, que passarão a partir de 1 de Julho a fazer 35 horas semanais em vez das actuais 40.

Na próxima semana, o SEP tem a reunião da direcção nacional. Guadalupe Simões admite que possam ser decididas novas formas de luta se, até lá, não houver avanços por parte do Ministério da Saúde em relação às restantes reivindicações.

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