Novo líder estudantil dos politécnicos tem como prioridade um sistema de acção social "justo"

Presidente da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico tome posse nesta quarta-feira.

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Adriano Miranda

O novo presidente da federação que representa os estudantes dos institutos politécnicos, Tiago Diniz, toma posse nesta quarta-feira e assume como prioridades para o mandato de um ano o financiamento do ensino superior e a acção social.

"Temos claro que não podemos tolerar coisas como o incumprimento e a desresponsabilização do Governo naquilo que toca ao financiamento do ensino superior, não podemos continuar a ter um sistema de ensino sustentado na grande maioria pelos estudantes. Aquilo que temos que pedir é um sistema de acção social que seja acima de tudo justo, que dê igualdade de oportunidades a todos aqueles que por mérito queiram entrar no ensino superior. Queremos também afirmar aquilo que é a responsabilidade social dentro da acção social", disse à Lusa Tiago Diniz.

Em causa, no que diz respeito ao financiamento, está por exemplo o cumprimento dos contratos de legislatura assinados entre as instituições de ensino superior públicas e o Governo, que prometia uma estabilidade e previsibilidade no financiamento, mas que nos últimos meses ficou marcada por atrasos na transferência de verbas, com as instituições a reclamarem publicamente os pagamentos em falta sob pena de não conseguirem respeitar compromissos assumidos.

Contra a redução de vagas

O novo presidente da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP), que é também presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa (ISCAL), assume nesta quarta-feira a presidência da federação estudantil numa cerimónia que dá posse aos novos órgãos sociais da FNAEESP, no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, que conta também com a presença do presidente do conselho coordenador dos politécnicos, Nuno Mangas.

Tiago Diniz reafirmou ainda a discordância dos estudantes dos politécnicos em relação à proposta do Governo que retira vagas ao ensino superior público em Lisboa e no Porto para as redistribuir pelas instituições do resto do país.

"Estamos contra esta medida que é apenas uma forma de transportar vagas e que em termos de coesão territorial não vai ter efeitos producentes", disse o novo presidente da FNAEESP que acrescentou que isso mesmo foi nesta quarta-feira reafirmado ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, numa reunião que juntou dirigentes estudantis de todo o país.

Tiago Diniz diz que o foco não deve ser "tirar lugares ao litoral", mas sim "potenciar as mais-valias das instituições de ensino superior", a única forma, para o presidente da FNAEESP, de conseguir cativar mais estudantes.

O líder estudantil referiu ainda a importância que programas de bolsas como o +Superior podem ter na atractividade das instituições do interior, mas pede uma reformulação que permita que essas bolsas sejam "um verdadeiro incentivo e não um prémio".

A especialização das instituições por áreas de formação e uma maior ligação ao tecido empresarial local são também propostas dos estudantes neste âmbito.

Tiago Diniz destacou ainda a abrangência territorial da sua equipa, com elementos de politécnicos de várias regiões do país, o que confere à FNAEESP "legitimidade para falar em termos nacionais".

Tiago Diniz encabeçou a "lista U - Unimos Realidades", a qual venceu as eleições a 10 de Março, e sucede na presidência da FNAEESP a João Cardoso.

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