Política de coesão tem sido fundamental para transformar Portugal

António Costa participou, em Bruxelas, num talk-show televisivo do canal Euronews

Política de coesão em debate na Euronews
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Política de coesão em debate na Euronews LUSA/OLIVIER HOSLET
Costa e Tajani foram convidados do programa
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Costa e Tajani foram convidados do programa LUSA/OLIVIER HOSLET
Primeiro-ministro está em Bruxelas
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Primeiro-ministro está em Bruxelas LUSA/OLIVIER HOSLET

O primeiro-ministro sublinhou esta quarta-feira em Bruxelas a importância da política de coesão, que considera o instrumento que mais aproxima a Europa dos cidadãos, apontando que, mesmo em tempos de crise, esta política "tem sido fundamental para transformar Portugal".

"Nós tivemos a demonstração de como, nestes anos de crise, a política de coesão foi de facto o que permitiu sustentar um mínimo de investimento público em Portugal: 85% do investimento público em Portugal é financiado por fundos comunitários neste momento, o que significa que sem a política de coesão o nosso crescimento económico não poderia ser aquele que tem sido", admitiu António Costa.

O primeiro-ministro foi, juntamente com o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, convidado de honra de um evento promovido pela Comissão Europeia para assinalar o 30.º aniversário da política de coesão, em formato de debate televisivo, um "talk-show" do canal televisivo europeu Euronews, intitulado "Política de coesão - 30 anos de Sucesso, Passado e Presente".

"Mesmo com muitas dificuldades económicas, de dificuldades de nos ambientarmos a um novo quadro competitivo, com o euro, com o alargamento, com a globalização, a verdade é que a política de coesão tem sido fundamental para transformar Portugal num país mais desenvolvido e, sobretudo, mais coeso", disse António Costa.

Dando como exemplos dos progressos registados no país, graças à política de coesão, a redução da mortalidade infantil e a evolução das infra-estruturas, entre outros, António Costa comentou que, "mesmo nestes últimos anos", em que não se registou o crescimento económico "muito forte" que o país conheceu entre 1986 e 2000, havendo mesmo uma "longa estagnação", foi possível reforçar a coesão interna entre as regiões e contrariar "o maior défice estrutural do país, que tinha a ver com as qualificações".

Nesta matéria tem havido "uma grande melhoria, mesmo nestes anos de crise e ajustamento", sustentou, apontando que, entre 2004 e 2016, foi possível "reduzir o abandono escolar precoce de 35% para 12,6% e a população entre os 30 e 34 anos com acesso ao ensino superior cresceu praticamente o dobro, de 17,5 para 35%".

António Costa também não deixou de lembrar o "apoio muito importante", de 50 milhões de euros, que Portugal recebeu, através do fundo de solidariedade, na sequência da "tragédia dramática" vivida no ano passado com os incêndios florestais.

Numa altura em que se fala insistentemente na possibilidade de cortes na política de coesão no futuro quadro financeiro plurianual (o orçamento da União Europeia pós-2020), devido à saída do Reino Unido ('Brexit'), que era um dos maiores contribuintes para os cofres da UE, Costa reforçou no evento de hoje uma ideia que tem defendido na Europa, apontando que esta política "é o maior elemento de ligação entre a UE e cada um dos cidadãos".

Referindo-se às negociações sobre o futuro orçamento comunitário, Costa voltou a defender que os novos desafios e prioridades "não podem ser construídos à custa da política de coesão".

"Não podemos construir a Europa do futuro estragando o que de bom a Europa já provou ter no passado", disse.

Participante também no debate, a comissária europeia da Política Regional, Corina Cretu, comentou por seu turno que Portugal é "um muito bom exemplo também da forma como utiliza os fundos europeus", destacando a taxa de execução portuguesa.

"A minha primeira visita foi a Portugal porque era o único país que tinha já utilizado todos os fundos um ano antes do fim do período de programação. São muito bons a gastar, mas a gastar em programas de grande qualidade", disse.

 

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