Um pesadelo financeiro

A queda do primeiro para o segundo escalão significa muito menos receitas.

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Pedro Proença LUSA/MANUEL ARAÚJO

A despromoção à II Liga representa um pesadelo financeiro para os clubes, que de um momento para o outro vêem desaparecer as receitas das transmissões televisivas, para além de entrarem numa competição que tem menos gente nos estádios e, logo, gera menos receitas de bilheteira. Os patrocinadores afastam-se ou revêem em baixa os respectivos apoios, o que torna mais difícil montar uma equipa para enfrentar com sucesso um campeonato longo e competitivo.

“Do lado dos rendimentos assistiu-se, como era expectável, a uma brutal quebra que acabou por se fixar nos 63% em consequência de se ter caído dos 4,2 milhões de euros de rendimentos obtidos em 2015-16 para os 1,5 milhões apurados neste exercício. Esta quebra (...) foi particularmente gravosa nos direitos televisivos dada a desproporcionada distribuição de tais direitos pela I e II Ligas, e na bilhética onde se fez sentir a falta dos jogos com os três ‘grandes’ da I Liga que em Portugal são os únicos que arrastam assistências visitantes significativas”, podia ler-se no relatório e contas de 2016-17 da Académica, a que o PÚBLICO teve acesso. No ano da queda no segundo escalão, o emblema de Coimbra viu as receitas reduzirem-se a praticamente um terço do que eram na I Liga, o que é significativo.

Na onda dos contratos milionários de direitos televisivos assinados no final de 2015 por Benfica, Sporting e FC Porto, foi também celebrado um contrato para a II Liga, embora os valores envolvidos sejam distintos. “O acordo é de 500 mil euros por ano, por cada clube, e inclui a venda dos direitos televisivos e de publicidade nas costas das camisolas”, dizia o então presidente da Oliveirense e da Comissão de clubes da II Liga, José Godinho, que acrescentava: “Além disto, os dois clubes que garantirem a subida vão passar a receber 3,5 milhões de euros.”

Para além disso, no início de 2016, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional apresentou a chinesa Ledman como patrocinadora da II Liga. “Será uma ajuda relevante para os clubes no plano financeiro”, sublinhou Pedro Proença.

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