Chefe dos sistemas de segurança sai do Facebook em rota de colisão

Alex Stamos era uma das vozes activas dentro da empresa a defender a transparência no combate à desinformação. Deixará a rede social em Agosto. Saída foi anunciada depois de revelada as actividades da Cambridge Analytica.

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Alex Stamos sai depois de um fim-de-semana complicado para a equipa de gestão de Mark Zuckerberg Reuters/Steve Marcus

O administrador responsável pelo pelouro da segurança informática do Facebook, Alex Stamos, vai deixar o cargo em Agosto. Stamos era uma das vozes que defendiam um maior empenho e transparência interna para lidar com a questão da disseminação de informações falsas e da desinformação, segundo noticiou a Reuters e o TheNew York Times nesta segunda-feira. O Facebook tem sido acusado de não combater eficazmente estes dois problemas. No fim-de-semana foi divulgada a actividade de uma empresa que terá acedido irregularmente a dados de cerca de 50 milhões de utilizadores. Horas depois, tornou-se pública a saída de Stamos, em rota de colisão com a empresa, segundo aquela agência e o jornal nova-iorquino. Até agora, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, manteve o silêncio sobre todas as revelações vindas a público nos últimos dias e horas.

Fontes ouvidas pela Reuters referem que a empresa já retirou as funções a este responsável pela segurança dos sistemas de informação, que tinha sido uma das principais vozes na investigação e divulgação da interferência russa em publicações no Facebook, matéria em investigação pela justiça norte-americana por causa da possibilidade de essa interferência ter beneficiado Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016.

Depois de as suas tarefas dentro do Facebook terem sido delegadas noutras pessoas, Stamos anunciou que sairá da empresa. Convenceram-no a ficar até Agosto para facilitar a transição e "para que não ficasse mal", segundo disseram antigos e actuais funcionários da rede social.

No sábado, o Facebook cortou a ligação à Cambridge Analytica, uma empresa de recolha e tratamento de informações sobre eleitores que trabalhou com a campanha de Donald Trump em 2016, e que ficou no olho do furacão depois de ter sido desvendada por uma investigação jornalística, baseada num informador, de que essa empresa recolheu informações pessoais sobre mais de 50 milhões de utilizadores da rede social em 2014 e 2015, sem o consentimento da empresa de Mark Zuckerberg.

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